Alunos estrangeiros fazem intercâmbio na Unicap
|Viajar. Ganhar o mundo. Ir em busca do conhecimento in loco. Conhecer novas culturas. Arriscar-se ao novo. Permitir-se a aprender uma nova língua. E aprender, ainda, a respeitar os povos, seus costumes e hábitos. Segundo o poeta português Fernando Pessoa, para viajar, basta existir. Hoje em dia é muito comum ouvirmos falar de jovens que saem mundo a fora, com o intuito de buscar esta existência, de adquirir bagagem cultural ou até mesmo de se aprimorar em alguma língua estrangeira. A verdade é que a experiência de morar no exterior é única e proporciona uma incrível vivência àqueles que fazem esta opção. A jovem francesa Gabriela Paulet, o norte-americano Fielding Russell e as mexicanas Alejandra Gonzalez e Carolina Ojeda estão vivenciando esta experiência aqui no Brasil e escolheram a cidade do Recife como destino para morar e a Universidade Católica de Pernambuco para estudar.
Gabriela Paulet estuda na Université Catholique de L’Ouest, localizada no oeste da França, aqui na Unicap ela veio fazer a extensão do curso de Publicidade e, nas horas vagas, até alguns passos de côco e maracatu arriscou. “Na França, o curso da minha universidade engloba áreas diversas da comunicação. Então, minha vinda para cá é, antes de tudo, uma indicação de qual área seguir futuramente. Adorei a experiência de poder estudar aqui e, principalmente, conhecer a rica cultura pernambucana. São encantadores os sons, as danças e cores desta região do Brasil”, disse. No caso do norte-americano Fielding Russell, que cursa Estudos Globais, na Appalachian State University, na Carolina do Norte, a vivência aqui é uma oportunidade de enriquecer as ideias do futuro escritor e romancista. “Não imaginava encontrar uma cultura tão rica quanto pude ver aqui no Recife e em Olinda. Estou terminando o meu primeiro livro e, apesar da história não se passar por aqui, tive boas inspirações com ares que aqui correm”, revelou.
As amigas Alejandra Gonzalez e Carolina Ojeda são da cidade de Puebla, no México, e vieram buscar inspirações nas formas arquitetônicas das cidades de Olinda e Recife. Alunas do curso de Arquitetura da Universidad Iberoamericana, elas destacaram, principalmente, o “calor humano” dos brasileiros. Segundo Alejandra, que teve a oportunidade de visitar outras cidades, a hospitalidade é mesmo uma grande característica do brasileiro, independentemente de região. “Visitei outras cidades aqui e, em todas, fui muito bem recebida. O abraço é parte fundamental no cumprimento do brasileiro”, pontuou. Já Carolina Ojeda destacou a comida brasileira. “Estranhei um pouco no início, por gostar de comidas mais picantes, mas passei a amar a cozinha brasileira”, confessou.
De acordo com o estagiário do setor de intercâmbio, Wagner Araújo, aluno do curso de Letras da Unicap, o programa é um momento de enriquecimento pessoal e profissional. “Trabalhar com intercâmbio me ajuda em dois pontos. Primeiro, quero lecionar espanhol e a vivência com a língua me proporciona mais segurança na hora de passar os conteúdos e a outra é que, uma vez trabalhando com intercâmbio, você não larga mais. Então, até quando for possível tentarei conciliar as aulas de espanhol com as atividades culturais com os intercambistas”, frisou.
É claro que o fato de ir para o outro lado do mundo tem desvantagens, e não são poucas. Abrir mão da companhia dos amigos, do suporte da família, e do conforto de casa não é nada fácil; mas a experiência vale a pena, garante a coordenadora de Intercâmbio da Unicap, professora Elizabeth Siqueira. ” Visto que é uma oportunidade de enriquecimento pessoal, humano, os aspectos positivos superam em muito os negativos”, concluiu.
O programa de intercâmbio estudantil da Católica é um possibilidade de receber alunos de outras nacionalidades no campus da universidade e o aluno da própria Unicap conhecer outras culturas realizando programa de extensão em outro país ou cidade brasileira. Só em 2012 a Universidade Católica de Pernambuco recebeu 15 alunos estrangeiros oriundos da América Latina e Europa. Para o primeiro semestre de 2013, a universidade aguarda a chegada de três estudantes norte-americanos, dois holandeses, dois mexicanos e um brasileiro do Rio Grande do Sul.