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6º Encontro Internacional das Águas tem conferência sobre a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca em Santa Catarina

Fotos: Paulo Maia

Na última noite do 6º Encontro Internacional das Águas, sexta-feira (13), foi realizada a conferência “Instrumentos para a reversão dos processos de degradação de ecossistemas marinho-costeiros: a experiência da APA da Baleia Franca em Santa Catarina”, apresentada pelo professor Carlyle Torres Bezerra de Menezes, no auditório G2.

Carlyle Torres Bezerra de Menezes, possui graduação em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Pernambuco (1985), tendo realizado curso de pós-graduação na França, no Instituto Nacional Politécnico da Lorraine (1996/1997) e doutorado em Engenharia Mineral pela Universidade de São Paulo (2004), com ênfase em gestão ambiental dos recursos minerais. Atualmente é professor e coordenador adjunto do curso de Engenharia Ambiental e professor no Programa de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em recuperação de ambientes alterados, gestão ambiental dos recursos hídricos e gestão integrada de ecossistemas costeiros, atuando nos seguintes temas: controle da poluição hídrica, mineração e meio ambiente, tratamento de efluentes.

O professor Carlyle deu início à sua conferência falando da importância das unidades de conservação. “A importância da gestão da unidade de conservação, como uma Área de Proteção Ambiental (APA), para que a preservação dela garanta um maior equilíbrio ecológico e que seja uma forma de liquidação dos impactos das mudanças climáticas. A unidade de conservação, na medida em que ela protege vegetações, espécies nativas e diversas espécies animais,  cria um equilíbrio que busca se adaptar para evitar as mudanças climáticas sobre o ambiente marinho costeiro.”

“No caso da unidade de conservação, eu trouxe um estudo de caso da APA da Baleia Franca, em Santa Catarina. Uma Área de Proteção Ambiental que fica do Sul da Ilha de Florianópolis até o município de Içara, no Sul do estado de Santa Catarina. É uma unidade de conservação que já existe há 11 anos e o conselho gestor dela tem o trabalho de gerenciar os recursos naturais no seu interior. Além da unidade de conservação, que já existe por lei e que prevê a questão do uso sustentável, como uma APA, há aquelas que têm que ser de proteção integral, um parque ecológico, uma reserva biológica, que não podem ter atividade econômica. Já a APA pode ter. Por isso que ela termina sendo um exemplo interessante, importante porque é o que falamos sobre desenvolvimento sustentável. Se fala muito sobre o desenvolvimento sustentável, mas na prática, ele pode estar dentro de uma APA, porque a APA permite atividade econômica.”

“A primeira conclusão é que uma unidade de conservação precisa, além de sua criação do ponto de vista legal pelo poder público, ter os três segmentos da sociedade: usuários, sociedade civil e o poder público, para poder encaminhar as propostas. Ou seja, além da criação, ela precisa funcionar.”

“A segunda, é que essas medidas de educação ambiental, no interior da unidade de conservação, podem contribuir para a gestão adequada dos recursos naturais, de forma muito mais eficiente, porque ela conta com o apoio da comunidade,que se sente responsável pela preservação, passando a se sentir um agente de preservação ambiental.”

“Por último, as mudanças climáticas já estão claras. Os impactos delas são muito graves, a exemplo dos desastres, das tragédias que vêm acontecendo no Brasil, como no Rio de Janeiro, Pernambuco, Alagoas. Esses desastres podem ser evitados ou, pelo menos, ter minimizados os impactos em função da participação da gestão ambiental na unidade de conservação.”

“O Encontro Internacional das Águas tem um papel fundamental, porque permite o encontro de diversos cientistas, professores, alunos das diversas áreas do conhecimento, tentando fazer esse intercâmbio, interagindo e muitas das reflexões que estão aqui certamente servirão de subsídio para políticas públicas na questão ambiental. As questões que foram tratadas aqui, durante esses três dias, certamente constituem diversas ferramentas, instrumentos, que podem ser aplicadao pelo poder público dentro da sociedade, que podem mudar suas posturas em relação às questões ambientais. Então, esse é um evento que tem um papel fundamental do ponto de vista de conscientização e sensibilização das questões ambientais, além da própria troca de experiência do ponto de vista científico.”

“Este ano, este evento teve um aspecto mais importante ainda. Uma feliz coincidência, a Campanha da Fraternidade e a Universidade Católica têm um trabalho muito importante. O próprio Magnífico Reitor, que na abertura do evento lembrou, através de um vídeo, o tema da Campanha da Fraternidade, que é justamente ‘mudanças climáticas e a questão da preservação do meio ambiente’ que tem como lema ‘A criação geme em dores de parto’. Nós temos que ter esperança de que é possível reverter essa situação de degradação ambiental. Como diz no refrão:

Nossa mãe terra, Senhor,
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Vai depender só de nós!
Vai depender só de nós!

Vai depender só de nós e aí o 6º EIA está dentro deste contexto”, finalizou o professor Carlyle.

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