A FUNÇÃO POÉTICA DA LINGUAGEM EM ‘O LABIRINTO DO FAUNO’
Palavras-chave:
Psicanálise, Literatura, Significante, Função poéticaResumo
O presente trabalho analisa o filme O Labirinto do Fauno (2006), de Guillermo del Toro, considerando sua linguagem poética como forma de resistência simbólica à violência histórica vivida na Espanha franquista. Com base na função poética da linguagem, proposta por Roman Jakobson (1988), e nos conceitos freudianos de condensação e deslocamento (FREUD, 1900[2019]), investiga-se como forma, conteúdo e simbolismo se articulam para construir sentidos estéticos e subjetivos. A pesquisa, de natureza qualitativa e teórico-analítica, utiliza abordagem interdisciplinar entre linguística, psicanálise e estudos cinematográficos. Por meio da análise de cenas selecionadas, observa-se que elementos como o labirinto, o monstro, o relógio e o banquete operam como signos simbólicos e condensam múltiplas camadas de significação. A mise-en-scène, os efeitos visuais e sonoros e a estrutura narrativa cíclica atuam na constituição de um universo estético em que fantasia e realidade convergem. Os resultados apontam que a linguagem poética do filme não apenas representa o trauma, mas o elabora simbolicamente, permitindo expressar o indizível por meio da forma. Conclui-se que a função poética constitui ferramenta metodológica eficaz para a análise de narrativas audiovisuais, contribuindo para uma leitura crítica e interdisciplinar que valoriza a articulação entre linguagem, estética e subjetividade.
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