POR UMA ETNOGRAFIA DO PRÓXIMO
RELIGIOSIDADE E IMAGINÁRIO ENTRE TRABALHADORES DA AVIAÇÃO BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2023.v14n34.p75-90Schlagwörter:
Voo, Sagrado, Vocação Transcendental, Função Fantástica do Imaginário, Mitocrítica, Vocação para a liberdade e esperança dos pobresAbstract
Este artigo discute as contribuições da teoria do Imaginário, de Gilbert Durand, para a compreensão da pluralidade e da multiplicidade de formas e lógicas da religiosidade e do sagrado no contexto específico da aviação. Primeiro, por compartilhar da valorização do Imaginário e do simbólico como fonte de conhecimento para a pesquisa antropológica. Segundo, entendo que uma antropologia do trabalho e dos trabalhadores deve ir além das análises utilitárias da cultura e dos aspectos considerados pela literatura como ‘puramente’ socioeconômicos e práticos. Deve, igualmente, evitar a pretensa determinação das amarras do capitalismo mundial (programas globais e desenvolvimentistas, liberais, neoliberais) como modelos explicativos para o empreendimento humano. Para tanto, o artigo irá se debruçar sobre as dimensões imagéticas dos objetos e da interação das pessoas imersas na dinâmica aeroviária. Ao qualificar a razão simbólica ou significativa do empreendimento humano, viso evidenciar que no universo capitalista e contemporâneo da aviação brasileira, os significados do sagrado e o sentido religioso estão presentes e incorporados na rotina do trabalho. Trata-se de uma etnografia de longa duração na qual me utilizo da mitocrítica enquanto metodologia analítica. A tese que defendo aqui é que os agentes históricos realizam por meio da pragmática de sua interação no trabalho, a função teofânica da imaginação simbólica, ou seja, a “epifania de um mistério” (Durand,1988).
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