OS DEMÔNIOS SÃO AS MULHERES
A REPRESENTAÇÃO DO MAL A PARTIR DO GÊNERO NA SÉRIE LUCIFER
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2025.v16n39.p465-484Palavras-chave:
Gênero, Lucifer, Mitologia, SexualidadeResumo
O artigo explora a construção da personagem Mazikeen (Maze) na série Lucifer, abordando a interseção de gênero, mitologia, e sexualidade dentro de uma estrutura patriarcal e religiosa. Inspirada nos quadrinhos da DC Comics, a série apresenta Mazikeen como um demônio que desafia estereótipos de gênero, ao mesclar características tradicionais masculinas e femininas. A análise considera o impacto das normas culturais e sociais, especialmente as representações de mulheres na mídia e sua objetificação, ao discutir como Mazikeen, inicialmente uma figura hipersexualizada e “femme fatale”, transita para uma personagem mais complexa e emocionalmente vulnerável. A personagem também subverte a ideia de que as mulheres com poder devem ser punidas ou “desmasculinizadas”, como sugere a tradição patriarcal. Através de sua relação com Lucifer e, particularmente, com Eve, Mazikeen passa por uma transformação que envolve não apenas um questionamento de sua própria natureza demoníaca, mas também uma busca por afeto, autonomia e redenção, rompendo com os padrões de feminilidade submissa. O artigo analisa, ainda, como a construção da personagem dialoga com as noções tradicionais de sexualidade, violência e poder, destacando a crítica à representação das mulheres na mídia e seu impacto nas percepções sociais de gênero e identidade. Desse pressuposto, Lucifer oferece um espaço para subversão e reconstrução de imagens femininas, promovendo uma reflexão sobre o papel da mulher no contexto contemporâneo.
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