O BANIMENTO DE PROFETAS NO PARAÍSO APOCALÍPTICO DO TRITO-ZACARIAS
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2019.v10n25.p449-459Palavras-chave:
Apocalipse, memória cultural, profecia, antigo Israel.Resumo
Este artigo postula o contexto do século II a.C. em que as últimas profecias do livro de Zacarias. Estão inseridas em ambientes de conflitos sociais na Palestina, dimensionando tanto a política central quanto a esperança popular. Nessa política, a profecia israelita não mais repercute por pertencer a uma sociedade estruturalmente estatal. Nossa hipótese é que o enunciado que tomamos por fonte (Zacarias 13.2-6) transmite a mensagem dos novos porta-vozes de Yahweh e marginaliza os profetas. Assim, tem a intenção de inspirar a restauração comunitária sem retroprojetar as tradições reais. Nesse sentido, estamos diante de enunciado singular. Por esta perspectiva historiográfica, a natureza da linguagem apocalíptica é incorporada ao processo de refundação na qual emerge o poder sacerdotal, portanto é escribal e sem profetas – sem visão e transmissão oral de mensagem divina –, ainda que em seu contexto haja reinterpretações proféticas. Em nosso postulado demonstraremos que, na apresentação da nova comunidade de Yahweh – um mundo celestial habitado por anjos –, os sacerdotes tomam para si a tarefa de presidir e naturalizar o genocídio de profetas.
THE BANISHMENT OF PROPHETS IN THE APOCALYPTIC PARADISE OF THE TRITO-ZECHARIAH
Abstract
This article postulates the context of the second century B.C. in which the last prophecies of the book of Zechariah. They are embedded in environments of social conflict in Palestine, scaling both central politics and popular hope. In this policy, Israelite prophecy no longer resonates because it belongs to a structurally state society. Our hypothesis is that the statement we take from the source (Zechariah 13: 2-6) conveys the message of Yahweh’s new spokesmen and marginalizes the prophets. Thus, it intends to inspire community restoration without over-projecting the royal traditions. In this sense, we are facing a singular statement. From this historiographical perspective, the nature of apocalyptic language is incorporated into the process of refounding in which the priestly emerges, so it is scribal and without prophets – without vision and oral transmission of divine message –, even though in its context there are prophetic reinterpretations. In our postulate we will demonstrate that in presenting the new community of Yahweh – a heavenly world inhabited by angels –, priests take it upon themselves to preside over and naturalize the genocide of prophets.
Keywords: Apocalypse; cultural memory; prophecy; ancient Israel.
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