DIÁSPORA MINA NO RECIFE OITOCENTISTA
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2023.v10n20.p220-224Palavras-chave:
Diáspora, Africanos no Recife, Século XIXResumo
Há duas importantes questões postas pela historiografia sobre o tráfico e a escravidão africana em Pernambuco que estudos recentes têm tentado romper. A primeira delas, uma provocação feita por David Eltis e Daniel Domingues da Silva (2008, p. 121-122), é de que apesar de Pernambuco ter sido o terceiro porto mais importante de desembarque de escravizados do Brasil – ao lado do Rio de Janeiro e Bahia –, os estudos sobre o tráfico para a capitania/província ainda são exíguos. Felizmente, nos últimos quinze anos este cenário está sendo modificado por novas pesquisas, possibilitando uma compreensão sobre o tráfico de escravizados com contornos mais claros. A segunda questão é sobre a população africana em Pernambuco. Por um lado, não há mais como falar em “escravizados” e “africanos” de forma generalizante. Mas, por outro, grande parte dos estudos que se dedicaram em estudar a diáspora africana e seu impacto em Pernambuco, foram taxativos sobre a existência de uma “onda angolana” – para utilizar uma expressão do historiador John Thornton(2010, p. 48). E, de fato, a presença de africanos de nação angola foi expressiva, mas não única. Por isso, o mérito da pesquisa de Valéria Costa não está em apenas enfatizar as experiências sociais de africanos no Recife do século XIX, mas apontar para a presença das pessoas que vieram da Costa da Mina.
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Referências
COSTA, Valéria Gomes. Òmìnira: mulheres e homens libertos da Costa d’África no Recife (c. 1846 – c. 1890). São Paulo: Alameda, 2021. 348p.
SILVA, Daniel Domingues; ELTIS, David. The Slave Trade do Pernambuco, 1561-1851. ELTIS, David; RICHARDSON, David (org.). Extending the frontiers: essays on the new transatlantic slave trade database. Yale University Press, 2008, p. 95-129.
THORNTON, John. Angola e as origens de Palmares. In: GOMES, Flávio (org.). Mocambos de Palmares: história e fontes (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: 7Letras, 2010, p. 48-60.
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