Essequibo, Venezuela e o Petróleo: uma disputa territorial com implicações para a integração energética na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.25247/2764-8907.2024.v3n3.p100-117Palabras clave:
Disputa territorial., Essequibo, Venezuela, Guiana, PetróleoResumen
O presente artigo examina a disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana pelo território do Essequibo, enfatizando o papel do petróleo como fator chave na tensão e nas possíveis consequências para a integração energética na América Latina. O Essequibo, região historicamente em disputa entre os países, trata-se de uma área rica em recursos naturais, sendo cobiçada tanto pela Venezuela quanto pela Guiana, atraindo também o interesse de potências extrarregionais e de grandes empresas transnacionais de petróleo. A Venezuela, em seu projeto de cooperação regional a partir da atuação da PDVSA, considera o domínio sobre o Essequibo uma oportunidade estratégica para expandir sua influência e aumentar seu potencial energético, o que fortaleceria seu papel como líder na integração energética regional na América do Sul e no Caribe. O estudo traça uma perspectiva histórica e geopolítica sobre os efeitos da disputa sobre Essequibo, onde o controle da região poderia ampliar a base energética da Venezuela, fortalecendo a PDVSA, o projeto da Petrocaribe e outros projetos de cooperação energética na região. Por outro lado, a Guiana, um dos países com o maior crescimento econômico dos últimos anos, estreita seus laços com as grandes empresas petrolíferas hegemônicas. O estudo aponta que o conflito, agudizado nos últimos anos, também compromete a estabilidade necessária para o avanço da integração regional na América do Sul. A presença de potências estrangeiras que apoiam a Guiana, como os Estados Unidos, adiciona complexidade à questão e desafia a concertação regional marcada por um quadro de fragmentação política e desintegração regional, minando a coesão entre os países latino-americanos para conformação de um eixo de poder nas disputas geopolíticas contemporâneas. Este estudo avalia como essa questão territorial impacta a estabilidade e a unidade da América do Sul, inviabilizando projetos mais amplos de integração energética no subcontinente.
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