“COMO FUMAÇA”: A EXPOSIÇÃO COMO DISPUTA
Palavras-chave:
Exposição, Arte indígena, ExpografiaResumo
A presente pesquisa analisa, a partir de metodologias transversais com outras disciplinas, além da história, a exposição “Ziel Karapotó – Como Fumaça”, que ocorreu no ano de 2022, na Christal Galeria (Recife-PE). Percebendo a exposição como uma possibilidade de fonte histórica, puxou os fios que formam o espaço expositivo, vendo parte de como se constituiu de narrativas múltiplas, apresentadas, por sua vez, dentro de uma unidade discursiva forjada por meio de apresentações sobre si e o outro. Desta forma, as exposições de arte podem ser configuradas como espaço de campos em disputas, onde os/as atores/as do sistema artístico forjam o corpo expográfico a ser exposto, o construindo como se pretende dar a ver com naturalização, num jogo onde as obras que estão expostas tivessem de assim serem. Em tal exposição de arte indígena, a partir da análise expográfica, foi possível perceber as marcas do mau encontro e a ferida colonial ainda aberta e em curso contra os povos indígenas. Compreendendo a arte, também, como instrumento de resistência e auto-afirmação identitária, sendo utilizada e apropriada para construir narrativas étnicas e evidenciar os direitos conquistados e por serem.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
AMORIM, Helder Remigio de. “UM PEQUENO PEDAÇO DO INCOMENSURÁVEL”: a trajetória intelectual e política de Josué de Castro. Tese (Doutorado em História PPGH) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.
BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história, ou, O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Lei no 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 dez. 1973.
CHAGAS, Mário. Educação, museu e patrimônio: tensão, devoração e adjetivação. IPHAN. Dossiê Educação Patrimonial, n. 3, Jan/Fev, 2006.
DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. Conceitos-chave de Museologia. Tradução: Bruno Brulon Soares, Marília Xavier Cury. ICOM: São Paulo, 2013.
EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro, Malê, 2017.
GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Entre Cenografias: O Museu e a Exposição de Arte no Século XX. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/Fapesp, 2004.
KRENAKK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
JESUS, Alexandro S. de. Corupira: mau encontro, tradução e dívida colonial. Recife: Titivillus, 2019.
MAKUXI, Jaider Esbell. A Arte Indígena Contemporânea como Armadilha para Armadilhas. Galeria Jaider Esbell, julh., 2020. Disponível em: <http://www.jaideresbell.com.br/site/2020/07/09/a-arte-indigena-contemporanea-como-armadilha-para-armadilhas/>. Acesso em: 17 de agosto de 2023.
MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.
OLIVEIRA, Kelly Emanuelly de. O Movimento Indígena no Brasil: apontamentos básicos. In: SILVA, Edson H. (Org.) SALLES, Anderson G. de. (Org.) Antropologia & Sociedade - Revista do Laboratório de Antropologia, Arqueologia e Bem-Viver da UFPE. v.1, n.1 [2023].
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Convenção n° 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: Dom Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
SOLER, Mariana Galera. Construção de uma metodologia para descrição de exposições científicas: os desafios da objetividade. In: RIBEIRO, E.S.; SANTOS, A.C.A.; ARAÚJO, B.M. (Org.). Anais do III Seminário Gestão do Patrimônio Cultural de Ciência e Tecnologia. Recife: Editora UFPE, 2015.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Enrique José de Andrade Pereira, Anderson Bezerra de Jesus (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista Ágora Filosófica o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que reconheça e indique a autoria e a publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento depois da conclusão de todo processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).