“COMO FUMAÇA”: A EXPOSIÇÃO COMO DISPUTA

Autores

  • Enrique José de Andrade Pereira Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Autor
  • Anderson Bezerra de Jesus Universidade Federal de Pernambuco (PPGH/UFPE) Autor

Palavras-chave:

Exposição, Arte indígena, Expografia

Resumo

A presente pesquisa analisa, a partir de metodologias transversais com outras disciplinas, além da história, a exposição “Ziel Karapotó – Como Fumaça”, que ocorreu no ano de 2022, na Christal Galeria (Recife-PE). Percebendo a exposição como uma possibilidade de fonte histórica, puxou os fios que formam o espaço expositivo, vendo parte de como se constituiu de narrativas múltiplas, apresentadas, por sua vez, dentro de uma unidade discursiva forjada por meio de apresentações sobre si e o outro. Desta forma, as exposições de arte podem ser configuradas como espaço de campos em disputas, onde os/as atores/as do sistema artístico forjam o corpo expográfico a ser exposto, o construindo como se pretende dar a ver com naturalização, num jogo onde as obras que estão expostas tivessem de assim serem. Em tal exposição de arte indígena, a partir da análise expográfica, foi possível perceber as marcas do mau encontro e a ferida colonial ainda aberta e em curso contra os povos indígenas. Compreendendo a arte, também, como instrumento de resistência e auto-afirmação identitária, sendo utilizada e apropriada para construir narrativas étnicas e evidenciar os direitos conquistados e por serem.

 

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Biografia do Autor

  • Anderson Bezerra de Jesus, Universidade Federal de Pernambuco (PPGH/UFPE)

    Mestrando pelo Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (PPGH/UFPE).

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Publicado

2023-12-29

Como Citar

“COMO FUMAÇA”: A EXPOSIÇÃO COMO DISPUTA. (2023). COLÓQUIO DE HISTÓRIA DA UNICAP, 17, 600-615. https://www1.unicap.br/ojs/index.php/coloquiodehistoria/article/view/2717

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