O Homem é o Animal que “Toma Carne”: Corpo Próprio e Vulnerabilidade

Autores

  • Marcelo Fabri UFSM

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2020.v20n3.p05-24

Palavras-chave:

Corpo Próprio. Carne. Vulnerabilidade. Sofrimento. Humano.

Resumo

O artigo parte da fenomenologia do corpo próprio, iniciada por Husserl, sublinhando a contribuição de tal fenomenologia para a Antropologia Filosófica. Num primeiro momento, apresentamos as teses principais de Husserl sobre o corpo próprio, examinando, logo a seguir, o significado do verbo sentir em Merleau-Ponty, no contexto de sua Fenomenologia da percepção. Num segundo momento, procuramos descrever a condição humana como vulnerabilidade ou, simplesmente, “carne”, termo também usado por Merleau-Ponty, mas que será explicitado a partir de um certo contraste em relação ao corpo próprio. Num terceiro momento, discutimos o paradoxo do corpo próprio, isto é, sua condição de resistente a toda forma de apropriação. O ponto de partida, neste momento, é a situação concreta que define o humano, a saber, o “tomar carne” (prendre chair). Além de Merleau-Ponty, filósofos como Levinas, Agambém e Marion serão importantes em nossa discussão.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Marcelo Fabri, UFSM
    Professor titular do Departamento de Filosofia da UFSM.

Referências

AGAMBEN, G. O uso dos corpos (Homo Sacer IV, 2). Trad. de Selvino J. Assmann, São Paulo: Boitempo, 2017.

HAN, B.C. Agonia do eros. Trad. de Enio Paulo Giachini, Petrópolis: Vozes, 2017.

HUSSERL, E. Idées directrices pour une phénoménologie et une philosophie phénoménologique pures (Livre second: Recherches phénoménologiques pour la constitution). Trad. de Éliane Escoubas, Paris: PUF, 1996.

HUSSERL, E. De la synthèse passive. Trad. de Bruce Bégout et Jean Kessler, Grenoble: Jérôme Millon, 1998.

LAVELLE, L. O mal e o sofrimento. Trad. de Lara Christina de Malimpensa, São Paulo: É Realizações, 2014.

LEVINAS, E. Entre Nós. Ensaios sobre a alteridade. Trad. de Pergentino S. Pivatto. Petrópolis: Vozes, 1997.

LEVINAS, E. De Deus que vem à ideia. Trad. de Pergentino S. Pivatto (coordenador), Petrópolis: Vozes, 2002.

MARCEL, G. Essai de philosophie concrète, Paris: Gallimard, 1940.

MARION, J.-L. De surcroît. Études sur les phénomènes saturés, Paris: PUF, 2001.

MERLEAU-PONTY, M. Le primat de la perception et ses conséquences philosophiques, Lagrasse: Verdier, 1996.

MERLEAU-PONTY, M. O visível e o invisível. Trad. de José Artur Gianotti e Amando Mora d’Oliveira São Paulo: Perspectiva, 2014.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. Trad. de Carlos Alberto Ribeiro de Moura, São Paulo: Martins Fontes, 2018.

WALDENFELS, B. Fenomenologia dell’estraneo. Trad. de Ferdinando G. Menga, Milano: Raffaello Cortina Editore, 2008.

WOLFF, F. Três utopias contemporâneas. Trad. de Mariana Echalar, São Paulo: UNESP, 2018.

ZIELINSKI, A. Lecture de Merleau-Ponty et Levinas. Le corps, le monde, l’autre, Paris: PUF, 2002.

ZIZEK, S. O amor impiedoso (ou: Sobre a crença). Trad. Lucas Mello Carvalho Ribeiro, Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

Downloads

Publicado

2020-12-26

Como Citar

FABRI, Marcelo. O Homem é o Animal que “Toma Carne”: Corpo Próprio e Vulnerabilidade. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 20, n. 3, p. 05–24, 2020. DOI: 10.25247/P1982-999X.2020.v20n3.p05-24. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1687.. Acesso em: 23 dez. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 80

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.