REPRESENTAÇÕES DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA LITERATURA
UM OLHAR CRÍTICO SOB O MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA
Palavras-chave:
Pessoas com Deficiência, Imaginário Social, Literatura, EstereótiposResumo
Este artigo examina criticamente as representações de pessoas com deficiência na literatura, analisando obras infantis e clássicos brasileiros selecionados por sua influência histórica. Baseado na perspectiva social da deficiência, idealizada por Mike Oliver (1990), o estudo entende a deficiência como algo construído pela sociedade, moldado por obstáculos tanto simbólicos quanto práticos. O ponto de partida é a ideia de que a literatura, por ser uma prática cultural, tem um papel na formação do imaginário social, podendo tanto fortalecer preconceitos quanto ajudar a desfazê-los. A metodologia utilizada é qualitativa e se baseia na análise textual de personagens com deficiência, levando em conta aspectos como o tipo de deficiência, a função que desempenham na história e como o enredo desenvolve suas vidas. O embasamento teórico se apoia nos estudos de Hall (2016), Souza e Rodrigues (2021) e Menezes e Rabelo (2020), que oferecem suporte para entender como as representações e os símbolos são construídos. Os resultados indicam que obras infantis clássicas frequentemente reforçam estereótipos sobre a deficiência, mas abordagens críticas e discursos baseados no modelo social podem ressignificar essas narrativas e promover uma visão mais inclusiva.
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