VI Colóquio de História promove simpósio temático sobre “Memória e Patrimônio: estudo de caso do Hotel Tavares Correia
|O VI Colóquio de História da Unicap apresentou na tarde desta quarta-feira (14) um simpósio temático sobre “Memória e Patrimônio: estudo de caso do Hotel Tavares Correia”, tendo como palestrante o professor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Bruno Cavalcanti, que mostrou em sua palestra um estudo de caso do Hotel Tavares Correia, localizado em Garanhuns. O debate foi coordenado pela professora da Unicap Silvana Brandão.
O professor Bruno Cavalcanti inicialmente falou sobre a importância econômica e histórica do Hotel Tavares Correia. Para ele, o espaço faz parte da cultura do povo garanhuense, tanto pelo tempo em que foi construído, como pela história que abriga, além de servir como atração turística, movimentando a economia da região. “O hotel está presente na cidade desde 1927 e está localizado no centro de Garanhuns. Ele pertence à família do médico Tavares Correia. Inicialmente, o espaço era o único centro cirúrgico da cidade, que na época precisava de lugar para abrigar os familiares dos pacientes. Ao longo dos anos, tornou-se hotel, centro de convenções, local de exposições e palestras”, destaca Bruno Cavalcanti.
Em seguida, o professor do IFPE comentou sobre o processo de tombamento, autorizado pelo governador Eduardo Campos, em 2010, e aguardando resolução do Iphan, e ressaltou as dificuldades impostas pela lei no Brasil, para que haja uma legalização de patrimônios públicos para a sociedade. “A lei brasileira é extremamente autoritária no sentido de posse de algum terreno. Se um lugar pertence a alguém, o estado de um dia para outro não pode chegar e tomar o lugar, alegando que ele pertence à população. Tem de haver um bom senso de ambas as partes. Por que o mais importante é conservar o patrimônio”.
A aluna de História da Unicap Rosana Maria dos Santos falou sobre o tombamento do Hotel Tavares Correia. “Eu sou a favor do tombamento, a partir de que haja um consenso entre proprietário e estado na preservação da memória. Em relação à manutenção, acredito que, se o lugar beneficiar toda a população, cabe ao estado manter”, frisou.
Concluindo, a coordenadora da mesa, a professora Silvana Brandão, agradeceu a presença do público e alertou para que, tomando como parâmetro a lei de outros países, como os Estados Unidos, onde são respeitados o caráter do proprietário, a lei brasileira deve ter um cuidado maior no tratamento de patrimônios que prezam pela cultura e história de uma região.