VI Colóquio de História da Unicap termina com mesa-redonda sobre “História e Cultura no Brasil, da Colônia à República”
|O VI Colóquio de História da Universidade Católica de Pernambuco foi encerrado na noite de quarta-feira (14) com uma mesa-redonda sobre “História e Cultura no Brasil, da Colônia à República”, tendo como palestrantes o diretor e professor adjunto da Universidade Estadual Paulista – campus de Franca/SP, Ivan Manoel, e o professor adjunto de História da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marcelo Mac Cord. O debate foi mediado pelo professor do curso de História da Unicap e do Liceu Nóbrega, Flávio Cabral.
O professor Ivan Manoel, que dedicou a sua vida acadêmica a pesquisas nas áreas de educação e religião, iniciou a sua explanação agradecendo o convite do coordenador do curso de História da Unicap, Luiz Carlos Luz Marques, para participar do Colóquio e ressaltou a alegria de estar em Pernambuco, “um Estado de tradição intelectual do mais alto calibre”. Ele fez questão de reverenciar alguns dos mais ilustres pernambucanos, como Dom Vital, Nilo Pereira, Ariano Suassuna (o mais pernambucano dos paraibanos), João Cabral de Melo Neto, Amaro Quintas, Evaldo Cabral, Joaquim Nabuco, Oliveira Lima, Silvio Romero, Vamireh Chacon, Luiz Gonzaga e Monsenhor Francisco Pinto de Campos, que, na opinião do palestrante, fez a melhor tradução da Divina Comédia, de Dante Alighieri, para o português”. Ao longo da sua apresentação, o professor Ivan Manoel mostrou a relevância da cultura para a história.
O professor Marcelo Mac Cord começou a sua apresentação falando da alegria de estar de volta ao Recife, cidade onde morou e à qual dedicou sua vida acadêmica. Também fez questão de agradecer o apoio que recebeu da Unicap e, particularmente, das bibliotecárias da Universidade durante o período em que estava fazendo as pesquisas para a sua dissertação. “Passei um ano e meio pesquisando aqui na Biblioteca da Unicap”, frisou. Desde a graduação, ele pesquisa a história social do Recife oitocentista. No mestrado, investigou as relações entre a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos da freguesia de Santo Antonio, a coroação dos Reis do Congo e a “boa sociedade”, o que permitiu, inclusive, apontar para novos sentidos para a compreensão do maracatu. No doutorado, investigou as sobrevivências corporativas na organização de uma sociedade mutualista criada por mestres de obras pretos e pardos, a Sociedade dos Artistas Mecânicos do Recife. O grupo lutou pela mobilidade ascendente de seus membros por meio da instrução, do trabalho qualificado e da conquista do mercado de edificações. Um dos frutos deste projeto foi a criação do Liceu de Artes e Ofícios, vinculado atualmente à Universidade Católica de Pernambuco. No pós-doutorado, investigou a participação política strictu sensu destes artesãos, apesar da reforma eleitoral de 1881.
Encerrando o Colóquio, o professor Luiz Carlos Luz Marques agradeceu a presença dos palestrantes e de todos os professores, alunos e funcionários que contribuiram para que o evento fosse realizado.