Boletim Unicap

Filme vencedor do Prêmio Cristina Tavares foi exibido na Mostra Curta Vazantes

img_0728A Mostra de Cinema Curta Vazantes, coordenada pelo assessor cultural da Católica, Leo Tabosa, fez parte mais uma vez da programação da 14ª Semana de Integração.  No telão instalado numa tenda no jardim da Unicap, foram exibidos  em todas as noites do evento 27 curtas de até 15 minutos nacionais e internacionais.

img_0932“O Curta Vazantes, Cinema e Comunidade é uma mostra de cinema que acontece no interior do Ceará, numa comunidade chamada Vazantes, distrito de Aracoiaba. A gente faz essa mostra anualmente nessa comunidade, que tem 4 mil habitantes. E, na Semana de Integração, trazemos de forma itinerante para a Católica. Lá é cinema e comunidade, aqui comunidade universitária. Então, neste ano, estamos trazendo mais de 27 filmes de produções nacionais e internacionais, vindos da Espanha, Argentina, França e outros países e, alguns filmes nacionais, com destaque para dois que foram produzidos aqui na Universidade Católica: “Pelas Lentes da Favela” e “Quem Puxou o Gatilho?”,  curta que ganhou o Prêmio Cristina Tavares de telejornalismo estudantil”, frisou Leo Tabosa.

Ele explicou como ocorre a seleção: “Abrimos um edital para a Mostra Curta Vazantes, que fica aberto durante um mês, e recebemos a produção vinda de vários lugares do Brasil e do mundo. Então, montamos uma curadoria com três profissionais da área de cinema e selecionamos um número x de filmes para serem exibidos”.

O curta vencedor do Prêmio Cristina Tavares “Quem Puxou o Gatilho?” foi exibido nesta sexta-feira (28), com a presença da diretora e img_0909produtora Isabela Alves, aluna de Jornalismo da Católica. Ela explicou como foi a experiência de participar de um projeto audiovisual: “Foi muito enriquecedor porque é um assunto ainda que mexe com todo mundo. É sobre suicídio, segurança pública, sobre a formação militar e, são assuntos que estão aí, mas que a gente tem receio de falar por medo. Afinal, a mídia não aborda muito esse assunto. Como estudante, tive a oportunidade de falar. Foi um caso que aconteceu com o pai de Thaysa (Thaysa Oliveira, diretora e produtora do projeto). Ele se suicidou e essa foi a maior motivação da gente”.

Isabela disse ainda que o caso aconteceu em 2012, quando estavam no primeiro período da faculdade. “Começamos o curso de Jornalismo com a ideia de revolucionar e falar o que quiser na mídia. E, quando aconteceu, a mídia foi totalmente desumana. Não chegou para a família para perguntar com foi e o que realmente aconteceu. Rolou até mesmo uma nota na Folha (Folha de Pernambuco) afirmando que ele estava envolvido com agiota e, na realidade, não aconteceu isso. Depois, a Folha não foi se desculpar e isso foi revoltando a gente, a revolta de ser jornalista e querer mudar o que está acontecendo atualmente na mídia. Isso me abriu muito os olhos, como não tinha ninguém na minha família na segurança pública, de fato, não sabia de nada e nem procurava saber sobre o assunto, sabia que o sistema estava falido, mas não sabia o porquê. As entrevistas foram uma aula, tudo que a gente ouvia, a gente ficava sem acreditar e bate aquele desespero você falar com uma pessoa que está dentro do sistema e ela lhe dizer: a gente não está seguro, por que vocês acham que estão seguros?”

A estudante também comentou como foi importante ganhar o Prêmio Cristina Tavares. “Foi massa porque fomentou o assunto e todo mundo agora fala, todo mundo que encontra com a gente fala e pergunta como está sendo, se pretendemos fazer um longa. Sim, pretendo fazer, apesar de Thaysa ter ido morar nos Estados Unidos. Um longa é muito mais difícil porque como foi uma coisa pessoal, a família estava aberta a falar o que quisesse. Já em um longa, tem muita gente que tem receio da retaliação que existe dentro do sistema, mas  a minha previsão do futuro é fazer um longa e conseguir mudar, chegar no governo, aos pouquinhos, um passo de cada vez”.

print

Compartilhe:

Deixe um comentário