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Urbanismo em debate na Aliança Francesa

Por Rebeca Kramer

O Instituto da Cidade Engenheiro Pelópidas Silveira, a Universidade Federal da Paraíba e a Aliança Francesa do Recife irão promover, no próximo Café Cultural da Aliança Francesa, marcado para segunda-feira (2), às 19h, palestra com o professor Jean-Pierre Chupin, diretor do Laboratório de Estudos da Arquitetura Potencial (Leap), da Universidade de Montreal, em torno do tema da sua obra Analogia e teoria em arquitetura (Analogie et théorie en architecture).
O encontro ocorre no auditório André Malraux, na Aliança Francesa, localizado na Rua Amaro Bezerra, número 466, Derby. Os trabalhos do painel sobre urbanismo serão conduzidos pela professora Sonia Marques, da Universidade Federal da Paraíba. O trabalho do professor Jean- Pierre se torna ainda mais interessante no momento atual em função das obras da Copa do Mundo e da Olimpíada, que estão na pauta do debate nacional.


A discussão será sobre o espaço urbano e como arquitetos e população o veem, sentem e convivem nele. Para Chupin, a matéria da arquitetura não seria apenas feita de pedra, concreto ou madeira, mas, ao mesmo tempo, de conhecimentos e de empréstimos os mais diversos. São os “conflitos da interpretação analógica” que contribuem para a formulação de modelos teóricos sobre o julgamento arquitetônico. Ao reunir entidades desconexas, três registros da modernidade compõem a arquitetura contemporânea: as concepções da vida e da biologia, as concepções da cidade e as próprias concepções da concepção.
Jean Pierre Chupin privilegia o projeto como momento máximo de um processo de raciocínio e de antecipação de um futuro construído. Futuro que pode ser transgredido ou contrariado pela má execução, pela não aceitação ou pela inadequação. Independentemente deste percurso, o projeto urbano ou arquitetural é por excelência um dispositivo que fornece uma visão de mundo não apenas daquele que o concebeu – ou daqueles que o conceberam – mas também da recepção que ele teve pela cultura da época. E, para entender a essência do projeto edilício ou urbano, ele parte de uma espécie de segredo mal guardado: a analogia. Além disso, atribuí-las a numerosas teorias e doutrinas da arquitetura.
 
O alcance prático e teórico das hipóteses da obra do professor Jean-Pierre Chupin destaca-se por pelo menos três registros da arquitetura contemporânea: as concepções da vida e da biologia (das imagens do corpo aos princípios da genética); as concepções da cidade (reconstituindo as colocações do que Aldo Rossi chamava de uma “cidade análoga”) e as próprias concepções da concepção (cujos modelos analógicos permitem aperceber-se das circunvoluções da imaginação e da reflexão arquitetural).
 
 
Jean- Pierre Chupin é professor e Diretor Científico do Laboratório de Estudo da Arquitetura Potencial (LEAP) da Université de Montréal. Arquiteto graduado em Nantes (França) e Portsmouth (Reino Unido), mestrado em História e Teoria da Arquitetura na McGill University (Canadá) e Doutorado na Université de Montréal. Ensinou na Université du Québec, em Montreal e nas escolas de Arquitetura de Toulouse e de Lyon, antes de integrar o quadro de professores da Université de Montréal. Publicou diversos textos sobre tectônica na arquitetura (em colaboração com Kenneth Frampton), práticas reflexivas, epistemologia do projeto e sobre o desenvolvimento de programas de doutorado em arquitetura.

O primeiro volume de sua pesquisa sobre Analogia e Teoria na Arquitetura foi publicado em 2010 pela editora suiça Infolio, na série “Projeto e Teoria” (Edição em francês: Analogie et théorie en architecture – de la vie, de la ville et de la conception, même).
 
 Serviço:
 
O quê? Palestra de Jean- Pierre Chupin, sobre pesquisas que contemplam o projeto de arquitetura, o julgamento arquitetural e o fenômeno dos concursos
Quando? Às 19h do dia 2 de agosto
Onde? No auditório André Malraux, na Aliança do Derby- Rua Amaro Bezerra, número 466.

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