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Unicap recebe abertura do 2º Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife

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Inclusão e respeito. Foram esses valores que o VerOuvindo – 2º Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife, realizado entre os dias 8 e 12 de abril, pretendeu divulgar para a sociedade. Os filmes audiodescritivos são aqueles que permitem, a um deficiente visual, acompanhar filmes no cinema através de um aparelho de transmissão, que irá reproduzir os sons no formato audiodescritivo. Organizado pelo Funcultura, o festival teve sua abertura realizada na sala 510 do bloco A da Universidade Católica de Pernambuco. Mas aconteceram atividades também Museu Cais do Sertão, nos dias 9 e 10, e no Cinema São Luiz, nos dias 11 e 12, onde ocorreu o encerramento do festival. Nesta edição, a novidade é a inclusão de filmes em Libras, atendendo também aos deficientes auditivos.

Liliana Tavares, audiodescritora, doutoranda em Comunicação e idealizadora do Festival VerOuvindo, conta que são poucos os filmes audiodescritivos no Brasil, mas que esse cenário está perto de mudar. “Desde dezembro do ano passado entrou em vigor uma lei da Ancine (Agência Nacional de Cinema) estabelecendo que todos os filmes nacionais, para serem financiados, precisam ter acessibilidade. Então, aos poucos, os filmes vão ganhar essa acessibilidade.”

O destaque neste 2º Festival de Audiodescrição do Recife ficou por conta do curta-metragem Dia da Macarronada, produzido por alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Unicap, e que concorreu na Mostra Competitiva de Curtas com Audiodescrição feita pelo VerOuvindo. O filme, que conta a história de uma família de tomates que é assassinada para virar molho de macarrão, foi idealizado nas férias de julho de 2014, em uma parceria entre os alunos e a coordenação do curso.

Feito em modelo de Stopmotion (o filme foi todo fotografado ao invés de filmado), o curta foi contemplado no Festival Internacional de Stopmotion e surpreendeu os realizadores do projeto. Janaína Calazans, coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda, disse que o resultado obtido no festival foi o que influenciou os alunos a continuarem o trabalho. “Nós pensamos que poderíamos ir além no projeto, o transformando em modelo audiodescritivo e tornando-o acessível para uma camada ainda maior de pessoas.Bruna Cortez, aluna do curso de Publicidade e Propaganda e audiodescritora do curta Dia de Macarronada, falou da satisfação de poder participar desse projeto. “É muito gratificante dar aos deficiente visuais a oportunidade de vivenciarem e participarem de experiências visuais que, naturalmente, eles não podem.”

Um dos beneficiados com os filmes audiodescritivos, o servidor público e também audiodescritor, Roberto Cabral, é deficiente visual e afirma que essa nova era dos filmes serve como ajuda para quebrar o paradigma da sociedade em relação à cegueira. “Esse tipo de projeto garante o respeito e a inclusão social aos deficientes visuais, removendo as barreiras da sociedade que pensa que a cegueira é um impeditivo para algo.”

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