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Tese de doutorado premiada vai virar livro

O Prof. Dr. Flávio José Gomes Cabral, do curso de História da Universidade Católica de Pernambuco, vai lançar o livro Conversas reservadas: ‘vozes públicas’, conflitos políticos e rebeliões em Pernambuco no tempo da Independência do Brasil trabalho que foi defendido na sua tese de doutorado em História no ano de 2008, na Universidade Federal de Pernambuco. O lançamento está sendo organizado e o livro será vendido nas principais livrarias pernambucanas.

O trabalho rendeu ao professor o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa (2º lugar), em 2011, concedido pelo próprio Arquivo Nacional. Para o professor Flávio, “o livro foi merecedor da premiação por trazer informações relevantes sobre a participação de Pernambuco no processo de Independência do Brasil, muitos dos quais inéditos”.

Abaixo está uma síntese de Conversas reservadas: ‘vozes públicas’, conflitos políticos e rebeliões em Pernambuco no tempo da Independência do Brasil, publicada no site da UFPE.

Em uma época entremeada pela fuga da família real portuguesa para o Brasil e pela construção do Estado Nacional, houve, nos dois lados do Atlântico, momentos de grande expectativa e de instabilidade política. Em 24 de agosto de 1820, uma revolução liberal, iniciada na cidade do Porto, punha em xeque o poder absoluto do monarca, submetendo ao legislativo. A província de Pernambuco, pano de fundo dessa pesquisa, abraçou a regeneração portuguesa à custa de muita perda de sangue. Naquele ano, foi desbaratada uma sedição, urdida nas casas e quartéis pela maçonaria e pelos militares, que procurou acomodar a província à proposta vintista. As aspirações sediciosas estiveram presentes em 1821 por ocasião da saída do governador régio e da eleição da junta de governo presidida por Gervásio Pires, que tinha planos federalistas, herdados de 1817. As novas experiências políticas foram debatidas de maneira original, graças à emergência de uma sociabilidade e de uma política emergente. Assuntos até então discutidos exclusivamente nas rodas palacianas passaram a fazer parte de conversas nas ruas e casas. Até meados de 1822, a ruptura com Portugal não havia sido pensada, pois o que estava em jogo era a preservação dos interesses locais. Os planos autonomistas dos gervasistas conflitavam com as diretrizes traçadas pelo ministro José Bonifácio, que defendia a concentração de poderes no governo do Rio de Janeiro. Essa oposição custaria caro. Preocupado com os focos de resistência a d. Pedro, foi o próprio Bonifácio quem orquestrou planos para derrubar Gervásio, enviando a Pernambuco amigos para tecer intrigas que culminaram com a queda da junta e a instalação de outra, a junta dos matutos, que consolidaria os interesses do Rio em Pernambuco.

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