Boletim Unicap

Secretário Geral fala da importância da Unicap para a Fiuc

Fotos: Marina Maranhão

Na semana em que comemora 60 anos, a Universidade Católica de Pernambuco recebe a ilustre visita do Secretário Geral da Federação Internacional das Universidades Católicas (Fiuc), o canadense Guy-Réal Thivierge.  Além de proferir uma palestra sobre a formação teológica e filosófica dos seminaristas em universidades, ele entregará a medalha Ex-Corde Ecclesiae, comenda máxima concedida pela Fiuc, à Unicap nesta terça-feira (27), dia do aniversário da Católica. Este foi o ponto de partida de uma entrevista especial concedida ao Boletim Unicap.

Boletim Unicap – O que a Fiuc levou em consideração para conceder esta honraria à Unicap ?

Guy-Réal Thivierge – A medalha diferencia nossos membros. Tanto aqueles que celebram aniversários importantes quanto aquelas universidades que se distinguem. Por exemplo, concedemos tal honraria a nossa Universidade Católica da Índia, que teve uma atuação importantíssima na reconstrução daquela comunidade quando foi atingida por um tsunami. Foi uma ajuda excepcional à região. A  Ex-Corde Ecclesiae ressalta a importância internacional da instituição. A Unicap é relativamente jovem mas possui uma trajetória extremamente interessante.

B.U – Qual a importância da Unicap para a Fiuc?

G.R.T A Unicap é muito importante para a Fiuc.  A Universidade Católica de Pernambuco é membro da Fiuc desde 1991, ou seja, quando completou 40 anos de criação. Padre Theodoro Peters (ex-Reitor da Católica) fez parte do nosso conselho administrativo durante dois mandatos. Outra dimensão importante que vale ressaltar são as nossas parcerias em projetos concretos internacionais tanto na América Latina quanto na Europa. Estamos fazendo o papel de pontes entre universidades, entre continentes, entre comunidades, entre disciplinas. Com a Unicap temos desenvolvido projetos sobre a fertilização de solos. Um problema ambiental grave. Esse projeto se concretizou com outras universidades (Pelotas, no Rio de Janeiro; Javeriana e Medelin, na Colômbia; Barcelona, na Espanha) e teve como consequência outro projeto sobre água que reúne quatro universidades do Brasil: PUC – Campinas (SP); Santa Úrsula (RJ); Bogotá (Colômbia);  e uma de Córdoba (Argentina). Queremos estimular o diálogo entre nações, entre culturas. Estamos buscando gerar mais e mais intercâmbios.

Padre Peters fez parte do conselho administrativo da Fiuc
B.U – Nossos pilares são o Ensino, Extensão e Pesquisa. Pelo visto a pesquisa tem sido uma boa ponte de integração entre a Fiuc e seus membros…

 

 

 

G.R.T – Queremos promover o diálogo entre especialitas, entre culturas. Queremos formar redes de competência. Não seremos universidades, muito menos universidades católicas, se não trabalharmos juntos. Ser católico é necessariamente abrir-nos às demais universidades, às demais culturas, sem fronteiras. No entanto, queremos mais que parcerias, desejamos sentimento de humanidade entre as pessoas. Nossos projetos miram a criação de redes que promovam as investigações científicas. Eles desenvolvem nossos laboratórios… estão escrevendo. Sem pesquisa, não há universidade. Mas não buscamos somente resultados científicos, queremos incentivar redes de amigos.

B.U – Como o senhor avalia a iniciativa da Unicap e da Arquidiocese de Olinda e Recife de incentivar a formação teológica e filosófica num campus universitário?

G.R.TÉ uma excelente iniciativa em vários sentidos. É claro que deixar de estudar num seminário menor e passar a um campus universitário  implica em uma política, de ambas as partes, de intercâmbio, de diálogo, de abertura. É muito importante colocar a teologia e o seminarista em diálogo com as culturas mais modernas, com os saberes de todas as áreas universitárias. É um ponto fundamental porque isso implicará  na conversão de mentalidade. Uma faculdade de teologia tem um status muito particular dentro de uma universidade católica. É preciso que ela dialogue com as demais faculdades. Estou falando de um diálogo entre fé e cultura, entre fé e ciências. Isso implica numa conversão de mentalidades também. Ao mesmo tempo que é um desafio, é uma ótima oportunidade de transformação da cultura interna universitária.

B.U – O senhor está chegando num momento bem especial da nossa Universidade: os 60 anos. Que mensagem o senhor daria à Unicap por ocasião do aniversário da instituição?

G.R.T – Acredito que devemos mirar o futuro, mirar o encontro das culturas, das profissões, e dos “cristianismos”, que os teremos cada vez mais fortes na América Latina. Minha mensagem é de incentivar a audácia de abrir plenamente o diálogo dentro da Universidade.

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