Boletim Unicap

Saúde para a população negra é tema de palestra na 10ª Semana da Mulher

O palestrante Jorge Arruda entre as professoras Maristela Veloso e Maria do Carmo Mota

Por Carolina Oliveira

Mulher, fraternidade e saúde. Esse é o tema que sintetiza as atividades desenvolvidas durante a 10ª Semana da Mulher da Unicap. Mas na tarde da última terça-feira (6) o evento contou com uma perspectiva masculina em palestra sobre a problemática da saúde para a população negra. O secretário executivo do Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnicorracial e coordenador do Núcleo de Sexualidade, Raça e Etnia da Funeso, Jorge Arruda, mostrou em sua apresentação a forte relação entre racismo e saúde.

Duas figuras femininas acompanharam o palestrante ao longo da tarde: as professoras Maristela Veloso e Maria do Carmo Mota, que enriqueceram o momento com suas palavras. “O racismo é um determinante social da saúde, porque é uma ideologia que prejudica o engajamento nas rupturas dos privilégios resultantes da injustiça e na repactuação ética necessária”, explicou Maria do Carmo.

Arruda trouxe ao público exemplos corriqueiros de discriminação. Apontando as raízes sociais do fenômeno, defendeu: “O termo ‘saúde coletiva’ remete a uma realidade em que a saúde depende diretamente das bases estruturais de uma sociedade: educação, cuidado com o meio ambiente e desenvolvimento de políticas públicas. No Brasil, o negro vem sendo excluído desse sistema desde o período colonial, quando se configurava como escravo. A sociedade precisa oferecer iguais oportunidades a todos: restauração é igualdade”.

À mesa, Maristela Veloso atentou para a importância do evento. De acordo com a professora, as instituições devem questionar o racismo, desenvolvendo projetos como a 10ª Semana da Mulher na Católica. A professora Maria do Carmo conceituou: “O racismo institucional é aquele que é praticado pelas instituições que se portam de forma omissa. As escolas, por exemplo, devem tomar bastante cuidado para não adotar materiais didáticos que reforcem o preconceito. Quando a Católica se dispõe a debater, o racismo institucional é quebrado, porque a Universidade se posiciona de forma contestatória. É um ato de grande relevância”.

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