Boletim Unicap

Roda de diálogo sobre o livro “O massacre da Granja São Bento” na 15ª Semana de Integração

Esq. Luiz Felipe Campos, dir. Samarone Lima.

No último dia da 15ª Semana de Integração, o Polo Discursivo abriu suas portas para uma roda de diálogo sobre o livro “O massacre da Granja São Bento”, escrito por Luiz Felipe Campos e publicado pela Cepe.

Cepe Editora.

O livro teve a sua semente plantada em 2009, quando Luiz Felipe assistiu a uma entrevista na televisão com a presença do Cabo Anselmo, militar que se infiltrou entre militantes, articulou a prisão deles e esteve envolvido na execução das vítimas durante a Ditadura Militar. Ao ver a entrevista, Luiz Felipe achou a história muito interessante, porém nebulosa e mal contada. “Era como um quebra-cabeça com peças soltas”, explicou.

Como estava finalizando a sua graduação em Jornalismo, o até então estudante resolveu fazer uma série de reportagens focando nos últimos dias das seis vítimas da Granja São Bento. Após defender seu trabalho de conclusão de curso, o autor percebeu que o melhor formato para aquelas reportagens seria um livro. Então, resolveu contá-las através de um romance policial.

O processo de produção durou em torno dos cinco anos e foi dividido na parte documental, através de pesquisas, e em entrevistas, que foram mais de duzentas. O livro traz uma mistura entre as informações sobre a operação policial e no traçar do perfil dos envolvidos no episódio.

“Você não consegue materializar quão terrível é uma ditadura até você conseguir escutar que uma viúva meteu as mãos na terra para tirar os ossos do marido, um irmão dizer a última vez que viu a irmã dele. A experiência de entrevistar uma pessoa que foi violentada pelo Estado Brasileiro na Ditadura Militar é de materialização. Às vezes as coisas ficam muito abstratas, e depois de ouvir um depoimento assim elas ficam muito reais”, disse o autor.

A mesa foi conduzida pelo jornalista Samarone Lima, que em sua carreira acadêmica e profissional também pesquisou sobre casos na ditadura. Da plateia surgiram questionamentos que partiram desde o processo de escrita, escolha de documentos até questões políticas atuais. “O que eu acho sempre bom é quando o autor do livro vem debater com alunos, com jovens jornalistas. Isso dá uma mexida no que a nossa profissão pode trazer de interessante”, acrescentou Samarone.

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