Boletim Unicap

Projeto do Pavilhão Maker vence premiação dos Conselhos de Arquitetura de PE, BA e MG

Por Tércio Amaral

A mais nova estrutura da Universidade Católica de Pernambuco, o Pavilhão Maker, que sedia a Unicap-Icam Internacional School, em parceria com o Institut Catholique d’Arts et Métiers, da França, conquistou a segunda colocação do concurso Desafios do Patrimônio Cultural. A premiação é um das mais importantes do país e é promovida pelos Conselhos de Arquitetura de Pernambuco, de Minas Gerais e da Bahia. A Unicap concorreu na categoria profissional Desafios do Patrimônio Cultural. O projeto foi coordenado pela diretora do Centro de Ciências e Tecnologia (CTC), Profª Drª Andrea Câmara, e pela professora do curso de Arquitetura e Urbanismo Drª Ana Luísa Rolim.

 “A intervenção que chamamos de Pavilhão Maker, da mesma forma, reativa o antigo casarão, que consideramos o coração do campus, através de sua transformação em um espaço multiuso e catalisador de inovação, que, a nosso ver, reflete a proposta da Escola Internacional Unicap Icam”, destacou a professora Ana Luísa Rolim. “No nosso curso (Arquitetura e Urbanismo), tanto em disciplinas como em trabalhos de graduação e nas pesquisas do nosso HumaniLab, o patrimônio construído está sempre presente”, completou. No Pavilhão Maker acontecerão as aulas do curso de Engenharia da Complexidade, inédito no Brasil e com uma proposta de integração internacional. Os estudantes do curso deverão fazer, no mínimo, um ano de intercâmbio nos campi do Icam na França, na África ou na Índia.

A premiação aconteceu nesta quarta-feira (12), no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Além das professoras, o projeto contou com a participação de dois estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo: Lucas Melo e Raissa Prado (formada no primeiro semestre deste ano). A equipe recebeu um cheque no valor de R$ 8 mil. Os dois estudantes estagiários participaram de todo o projeto do Pavilhão Maker, incluindo reuniões com profissionais do mercado e consultores, além de acompanharem boa parte da obra. “Temos certeza que a experiência os preparou melhor para enfrentar o mercado que os aguarda, além de reforçar a importância da colaboração entre diferentes profissionais. Este tipo de experiência hoje é essencial em qualquer campo de atuação, sobretudo em um edifício cheio de complexidades, como o Pavilhão Maker”, destacou a professora Andrea Câmara.

O maior desafio, segundo as professoras, foi o curto espaço de tempo: cinco meses para execução da obra. Do ponto de vista da arquitetura em si, o principal desafio foi imprimir um caráter novo que dialogasse de modo harmonioso com o antigo. “Acho que nossa visão para o edifício surgiu muito do seu interior para o exterior… Na verdade, fomos descobrindo  edifício existente através de prospecções feitas no início da obra e à medida que uma antiga camada era revelada”, revelou a professora Andrea Câmara. “Descobrimos os belos tijolos maciços e sua amarração em forma de arcos sobre as aberturas ou as expressividades da madeira das esquadrias que revestimentos antigos escondiam. Percebemos sua beleza e conciliamos isto à ideia original pensada para o espaço”, completou.

História e modernidade – O casarão transformado no Pavilhão Maker foi construído no ano de 1952 para abrigar a primeira Escola de Filosofia. Segundo a lógica das construções pavilhonares, ele exemplifica a construção em telhado de duas águas, simples e rápida, com função de abrigar vários tipos de empreendimentos. O prédio teve várias funções ao longo do tempo: foi escola, depois sede da Biblioteca da Unicap, e por fim, ganhou o status de Centro Cultural. As intervenções feitas pela equipe da Unicap preservaram a fisionomia do prédio, mantendo suas principais características arquitetônicas. A restauração procurou investir em uma concepção de arquitetura que resiste ao tempo e que também busca nas tradições suas bases compositivas e funcionais.

“Exploramos as qualidades da austeridade e forma simples do edifício existente, inserindo volumes claramente novos, mas de fisionomia neutra”, detalhou Ana Luisa Rolim. “Quanto à própria construção do edifício, procuramos valorizar elementos encobertos pelo tempo (que tiveram camadas indevidas removidas): pintura cor cinza, esquadrias em madeira, guarda corpos em ferro e o tijolo maciço, cuja qualidade estética foi enfatizada no interior”. A contemplação do prédio, que é uma das portas de entrada da Unicap, no Bairro da Boa Vista, foi valorizada pela abertura dos gradis e a criação do boulevard na Rua do Príncipe, projeto que contou com a parceria da Unicap com a Prefeitura do Recife.

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