Programa de Pós-graduação e Licenciatura em História recebem pesquisador espanhol em aula especial
|O Mestrado Profissional em História promoveu, na noite desta segunda-feira (10), uma conferência com o pesquisador espanhol Prof. Dr. Pedro Oliver Olmo, da Universidade Castilha La Mancha. A atividade aconteceu no auditório G1 e foi realizada em conjunto com a Licenciatura em História. “É uma integração muito importante porque o aluno não fica restrito à órbita da graduação e já se inteira das discussões da pós-graduação”, disse o coordenador da Licenciatura, Prof. Dr. Flávio José Gomes Cabral. A explanação intitulada La Pena de Muerte como Expression del Cambio História fez uma viagem pelo túnel do tempo abordando como os regimes políticos da Espanha se utilizaram da pena capital ao longo da história.
“A pena de morte não chega a ser uma singularidade espanhola. O uso da guilhotina na França era legalizado, estava nos códigos até o final da década de 1970, embora não se exercesse na prática”, explicou Olmo. Considerado um dos maiores pesquisadores europeus nas temáticas de história das cadeias, instituições segregativas, criminalização e penalização, o Prof. Dr. Pedro Oliver Olmo construiu sua produção científica ao longo de 20 anos. Durante a sua fala, ele disse que usa como fontes de suas pesquisas arquivos judiciais, livros das irmandades de ajuda aos presos, Literatura de Andiame e material jornalístico.
Olmo destacou que, ao longo dos últimos cinco séculos, o período em que o Estado espanhol mais se utilizou da pena de morte foi durante ditadura militar do General Francisco Franco, na década de 1930, que resultou na Guerra Civil. “A pena de morte estava em declínio na Espanha, assim como em outros países e, de repente, passou a ter um uso gigantesco. Segundo outros investigadores, entre 25 mil e 40 mil execuções foram ditadas por Franco. A pena de morte foi usada neste período mais que em qualquer outra época em toda a história da Espanha. Foi mais que o fascismo de Mussolini. Em 25 anos de fascismo, não se chegou a mais que 30 penas de morte, exceto em períodos de guerras mundiais, que é uma outra dinâmica”, disse Olmo.
Ainda de acordo com o pesquisador espanhol, a pena de morte na Espanha só acabou a partir da retomada da democracia, na década de 1970. “Os últimos fuzilamentos foram registrados em 1975 e abolição da pena de morte só veio em 1978. Para os militares condenados por crime de guerra, a pena de morte só acabou em 1995”.
O coordenador do Mestrado em História, Prof. Dr. Tiago da Silva César, frisou que “toda a produção, toda obra do pesquisador espanhol tem impacto muito grande sobre a historiografia do tema, inclusive aqui no Brasil. Foi uma grande oportunidade de trazê-lo aqui para o nosso Programa”. O professor Olmo também fez questão de externar sua satisfação em ter conhecido a Unicap. “Estou muito contente e agradecido à Universidade Católica de Pernambuco e especialmente ao professor Tiago Silva”.