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Professor de Sociologia da Comunicação da Católica dá entrevista ao Diario de Pernambuco sobre o Big Brother Brasil

O Prof. Dr. Nadilson Silva, dos cursos da área de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco, deu entrevista ao caderno Viver do Diario de Pernambuco sobre o Big Brother Brasil. Confira abaixo a matéria, publicada na edição de terça-feira (29/03):

Jogo desgastado com o tempo

Foto Redação SRZD

Apesar da queda na audiência, em relação a edições passadas, programa ainda é bom negócio para a Globo

É bem verdade que o Big Brother Brasil incita amor e ódio no público. Há os que rejeitem, alegando que a atração presta um grande desserviço, e há, por sua vez, os que são fãs, como a cabeleireira Flávia Ferreira, telespectadora desde a primeira edição. “Eu assisto desde a época de Bambam”, contou. Passados 11 anos de programa, porém, a fórmula vem se mostrando desgastada. Esta edição, por exemplo, apresentou os mais baixos índices de audiência desde 2000. Em fevereiro, a coluna Outro canal, da Folha de S.Paulo, fez um comparativo entre os números alcançados pela atual temporada e o ibope das anteriores. Nos primeiros 31 dias na grade, o BBB 11 registrou média de 25,7 pontos de audiência. No mesmo período, o BBB 10 marcou 29 pontos, o BBB 9, 31,6 pontos, o BBB 8, 35,2 pontos e o BBB 7, 39,4.

Espontâneo como o público gosta, Daniel foi apontado como favorito diante da carioca Maria e do capixaba Wesley Foto: TV Globo / Frederico Rozario

A descida, ladeira abaixo, tem uma explicação, segundo o doutor em Sociologia da Comunicação da Universidade Católica, Nadilson Silva. “O formato está começando a cansar. Já são 11 edições e não muda muita coisa”, esclareceu. É inegável, no entanto, que, se comparado a outros reality shows, como A fazenda, da Record, o Big Brother Brasil tem uma audiência consideravelmente maior. “É a estrutura da própria emissora que possibilita o maior ibope. Assim que a novela das 20h, folhetim de maior audiência, acaba, começa o BBB. O telespectador continua a assistir ao que está passando na TV, sem filtro. O programa vive da audiência de outros produtos”, explicou. O curioso é que, mesmo com a ´mãozinha` de Insensato coração, a atração se manteve na casa dos 32 pontos, nos mesmos 31 dias.

A telenovela, por sinal, tem um papel essencial na composição do reality show. “A direção tende a adaptar o discurso do programa à expectativa da audiência, como em uma novela. O BBB é pensado semanalmente. Não existe nada definido. Uma equipe faz o monitoramento da audiência e procura entender o que as pessoas esperam. Feito isso, são elaboradas provas, edições, paredões e até eliminações”, ressaltou Nadilson.

Com o fim da que seria a pior edição em temos de audiência, o diretor-geral da atração, JB Oliveira, o Boninho, saiu em defesa do reality. Em uma de suas raras entrevistas, ele disse não concordar com as críticas de que errou na montagem do elenco, apontado por muitos como homogêneo. Como exemplo, citou o caso de Daniel. O arcoverdense, segundo ele, mostrou-se mais interessante que os outros homossexuais que passaram pela casa. Serginho, do BBB 10, era exêntrico demais. Dicesar, também do BBB 10, um amargurado. E Jean Willys, vencedor do BBB 5, fazia o tipo politicamente correto.

Seria então o jeitão peculiar a causa do sucesso do pernambucano, provável vencedor de hoje? Para Nadilson, Daniel apenas atende a expectativa do público. “O público espera de um homossexual que ele seja engraçado e espontâneo. Daniel simplesmente atende a esse perfil”.

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