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Professor da Católica publica artigo no blog de Jamildo sobre a privatização do carnaval

O professor dos cursos da área de Comunicação Social da Universidade Católica de Pernambuco Nadilson Silva publicou, nesta quinta-feira (10), artigo no blog do jornalista Jamildo Melo, no JC Online, sobre a privatização do carnaval do Recife. Nadilson é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1992), tem mestrado em Sociologia pela UFPE (1995), doutorado em Comunicação pela Universidade de Westminster (2000), na Inglaterra, e doutorado em Sociologia pela UFPE (2005). Leia na íntegra o artigo:

Carnaval privatizado?

Postado às 21:21 em 10 de março de 2011
Por Nadilson Silva

O carnaval tem sido uma das manifestações populares mais expressivas da espontaneidade e criatividade que caracteriza nossa cultura. Assim, milhões de foliões se dirigem às ruas procurando momentos de felicidade porque, como diz o dito popular, “Alegria de pobre dura pouco”.

Nesse contexto é possível observar a tentativa de setores da elite de enquadrar a festa em um esquema de privatização que tem os camarotes como um dos principais sintomas e é viabilizado pelo patrocínio de grandes empresas e por verbas públicas.

A busca pelo lucro ameaça transformar nosso carnaval no modelo comercial adotado por Salvador e Rio de Janeiro.

Observamos agora no Recife um processo de exclusão popular que procura tornar o povo um coadjuvante de um espetáculo em que os holofotes se voltam para as celebridades dos camarotes das elites.

Em frente a eles os trios elétricos param e reverenciam os que estão ali em uma situação privilegiada, enquanto o povo se espreme nas ruas de um lugar ao sol.

Devemos estar atentos a essa situação para que o carnaval não se transforme no espetáculo televisivo das escolas de samba carioca ou no modelo privatizado dos cordões de isolamento dos trios e camarotes baianos.

O Galo da Madrugada desfila nessa direção e pode se transformar em apenas mais uma “galinha dos ovos de ouro”.

Carnaval é criatividade e espontaneidade e não deve ser alvo da cobiça que busca privatizar um espetáculo em que o povo é a razão de sua existência.

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