Boletim Unicap

Pesquisa empírica é tema de mesa-redonda

Texto: Rafaella Magna

Mais de quarenta pessoas lotaram a sala 307, no bloco G4 da Unicap, das 9h às 12h, no último dia do Intercom 2011, para assistir à mesa que trouxe como tema A Pesquisa Empírica na Pós-Graduação em Comunicação – Diagnóstico e Perspectivas. A atividade teve como mediador Eduardo Meditsch (UFSC) e contou com os palestrantes André Lemos (UFBA), Maria Helena Weber (UFRGS) e Julio Pinto (UFMG).

“Ninguém precisa ter medo da pesquisa empírica porque sem ela fica difícil fazer algo na área da comunicação”. Foi assim, que a professora Maria Helena Weber deu início ao debate sobre a pesquisa empírica. A afirmação de Maria Helena tem como base o trabalho da comunicação, que constitui “essencialmente emperia”. De acordo com a professora, quando se pesquisa, é proposta uma reflexão. “Exigindo explicações sobre relações, políticas, mídias, tecnologias, que levam ao empírico”, afirma.

Já o professor André Lemos prosseguiu com o pensamento falando sobre o que não é feito na pesquisa empírica e defendeu a Ator-red, teoria desenvolvida principalmente por Michel Callon e Bruno Latour, como um pensamento que poderia valer muito para a área da comunicação. “Ela enfatiza a ideia de que os actores, humanos e não humanos, estão constantemente ligados a uma rede social de elementos (materiais e imateriais)”, explica Lemos. Para ele, essa teoria é importante para a pesquisa empírica. “Apesar de ser pouco conhecida e menos utilizada na comunicação, ela agora deve ter espaço”, defende André.

Antes de falar um pouco sobre os seus conhecimentos da pesquisa empírica, o professor Julio Pinto agradeceu ao Intercom pela oportunidade dada ao palestrante de conversar com os participantes do evento. “E, ainda, por ter dado voz de pensar o seu fazer”, fala. Depois, ele deu continuidade ao debate afirmando que a pesquisa empírica é muito confundida com a prática.

As relações que transcendem o sujeito, segundo Pinto, são utilizadas para respondê-lo. “Deixar os actantes falarem é deixar, também, que os objetos falem. E a pós-graduação existe para isso”, explica. Contudo, de acordo com Julio, a emperia é muito sedutora e esse é o problema numa pesquisa. “Porque a gente se fixa muito nas descrições e se esquece que os objetos também estão ali para falar alguma coisa”, diz, e conclui: “é muito difícil estudar as teorias da comunicação sem pensar nas emperias”.

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