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Palestra sobre Bionegócios movimenta o segundo dia da Conferência do Meio Ambiente e Sociedades Sustentáveis

As relações entre economia e sustentabilidade pautaram, na tarde dessa terça-feira (5), a palestra “Bionegócios: a Biotecnologia a serviço da sustentabilidade no século XXI”. O desenvolvimento da temática ficou a cargo da professora do curso de Ciências Biológicas da Católica, Dra. Aline Elesbão do Nascimento, que prendeu a atenção do público no auditório G1.

Ao ressaltar a vulnerabilidade do país frente às decisões de investidores, a professora explicou: “O sistema econômico global continuou crescendo intensamente, fazendo uso de recursos não-renováveis como fonte principal de energia e materiais. A sustentabilidade está ligada à sobrevivência, e a sobrevivência depende da energia. Infelizmente, as soluções econômicas resultantes dos diferentes contextos históricos geraram problemas globais”.

Colapso ecológico, falta de energia e perda da estabilidade econômica. Esses são os três fatores apontados pela professora Aline Elesbão como resultado da economia nada sustentável praticada nos últimos anos. Segundo a professora, ainda hoje há certo desconhecimento acerca da diferença entre crescimento e desenvolvimento econômicos. A falta de informação ecológica, por sua vez, resulta na falta de cobrança da população por medidas econômicas mais sustentáveis.

“O Estado tem sido um dos grandes responsáveis pelo crescimento econômico, deixando a desejar, entretanto, quando se fala de desenvolvimento econômico. O crescimento se restringe à renda per capita, ao passo que o desenvolvimento vai além, por tratar-se de um conceito qualitativo, que reflete na melhoria dos indicadores de bem-estar econômico e social”, ponderou a professora Aline.

A abertura para questionamentos esclareceu dúvidas sobre a potencialidade do Brasil frente ao agronegócio. De acordo com a palestrante, as técnicas de produção são acompanhadas por lógicas sustentáveis: a pequena área produtiva brasileira se destaca, por exemplo, diante da grande área estadunidense. Para ela, uma agricultura qualitativa é favorecida mais pelo clima e menos pela grandiosidade da área de produção.

Temáticas como poluição ambiental e engenharia automotiva também se fizeram presentes no momento de debate. “A engenharia automotiva deve acompanhar o mercado sustentável. Com o aumento do etanol, a sustentabilidade fica inviabilizada, porque a preferência se volta para a gasolina. Os Estados devem garantir o mercado por meio do investimento, lançando mão, para tal, de políticas de desenvolvimento que freiem os impactos. Não patentear é uma forma de proteção, porque cada um passa a carregar um pouco de responsabilidade”, concluiu.

O estudante do 7º período do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Unida da Paraíba (UNPB), Caio Franklin, veio conferir o COMEIASS e disse ter ficado satisfeito com a palestra. “A palestrante deu um brilhantismo no mercado biotecnológico. Ela repassa para a gente uma segurança de que nosso produto está sendo valorizado no exterior e de que há uma abrangência de profissionais nesse ritmo de efervescência do mercado de trabalho”, ressaltou. Como futuro engenheiro ambiental, o estudante afirmou acreditar na força do mercado biotecnológico: “É realmente uma área em expansão: só nos falta, aqui no Brasil, um impulso do governo no que toca à legislação”,

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