Boletim Unicap

Palestra Fotografia como Instrumento de Inclusão Social movimenta último dia da Semana de Jornalismo

Por Victor Bastos

Foi reservada para o último dia da 6ª Semana de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco uma programação especial. A sala multiuso 510 do bloco A da Unicap esteve lotada. O público estava atento e com os olhos, ouvidos e, principalmente, a mente funcionando a todo vapor durante a palestra Fotografia como Instrumento de Inclusão Social. Os palestrantes foram representantes do grupo Fotolibras, auxiliados por uma intérprete, e a pesquisadora e professora Geórgia Quintas. O evento teve como mediadora a coordenadora do curso de Fotografia da Católica, professora Renata Victor.

A abertura da palestra foi feita pelo coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, Alexandre Figueirôa. “Temos a intenção de mostrar para os alunos que jornalismo não é apenas apresentar um programa. São diversos os campos de atuação para os profissionais da área. Vamos conseguir animar os estudantes e abrir a visão para o mercado”, afirmou o professor da Unicap. Em seguida, a professora Renata Victor ficou encarregada de apresentar os palestrantes que se apresentariam.

Abrindo a palestra de Fotografia como Instrumento de Inclusão Social, os representantes do Fotolibras apresentaram o trabalho desenvolvido pelo grupo. Os palestrantes, que são estudantes e coordenadores do projeto, são portadores de necessidades especiais. Com isso, foi utilizado o auxílio da intérprete Jaqueline Martins da Silva.

Ex-aluno do grupo Fotolibras e, atualmente, coordenador, André Luiz Lemos de Souza contou sua experiência no projeto. “Nós, os surdos, temos problemas com a comunicação. Por isso, a oportunidade foi tão importante para nós. Antes de entrar no Fotolibras eu não tinha credibilidade com minha família, hoje estou bem melhor, assim como vários outros portadores de necessidade especial”, explicou.

André de Souza, que entrou no projeto desde o início em 2006, já participou de exposições como o FotoRio (2007) e promoveu o 1º Varal no Pátio de São Pedro. “As pessoas ficavam surpresas quando olhavam para as fotos. Mas ficavam ainda mais admiradas quando descobriam que aquilo tinha sido feito por um surdo”, afirmou o coordenador do Fotolibras. “Minha especialidade é tirar fotos da cidade. Gosto dos problemas e das coisas bonitas que ela proporciona”, contou.

Em seguida, foi a vez da pesquisadora e professora Geórgia Quintas expor as ideais sobre a fotografia como instrumento de inclusão social. Segundo ela, a fotografia está agregada ao pensamento. Com isso, ela se torna um artifício, uma fermenta para a sociedade. “Acabamos de ver um exemplo. André, que antes era tímido, conseguiu através do projeto uma visibilidade, um respeito pelo que ele desenvolveu”, ressaltou.

De acordo com Geórgia Quintas, a fotografia mudou desde o surgimento. Antes usada basicamente para retratar as família, ela se tornou um agente social. “Hoje é preciso que sempre se ajuste um olhar, uma câmera e alguém para fazer esse intermédio”, disse. A pesquisadora completou afirmando que o equipamento tem que ser dominado, senão acaba dominando a pessoa. “Tem que existir um alinhamento, é por isso que fotografia é pensamento, não é mais nada automático de apenas apertar um botão”, explicou a professora.

Para saber outras informações sobre o projeto, acesse o portal do Fotolibras www.fotolibras.org. No site estão disponíveis informações com o intuito de tornar acessível o pensamento do grupo, para que a proposta seja multiplicada e transformada em novas ações.

print

Compartilhe:
2 Comments

Deixe um comentário