Paixão de Cristo: patrimônio cultural do povo pernambucano
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A Universidade Católica de Pernambuco esteve presente na pré-estreia da Paixão de Cristo, no dia 12 de abril. Entre estradas e montanhas, a cidade do Brejo da Madre de Deus está situada a 190 km do Recife, no Agreste pernambucano. Todos os anos, na Semana Santa, uma multidão se desloca para ver a encenação de uma das histórias mais conhecidas da humanidade: a vida de Jesus Cristo. É em Nova Jerusalém, maior Cidade Teatro ao ar livre do mundo, que o espetáculo “Paixão de Cristo”, há 51 anos, emociona o público de todo o país.
O elenco de 2019 é composto por 450 atores e por renomados artistas nacionais como Juliano Cazarré, interpretando o papel de Jesus Cristo; Priscila Fantin (Maria), Gabriel Braga Nunes (Pilatos), Ricardo Tozzi (Herodes) e Bruno Lopes (apóstolo João). E, também, pelos atores pernambucanos: José Barbosa (Judas), Nínive Caldas (Madalena), Ricardo Mourão (Caifás), Rafaella Carvalho (Herodíades) e Júlio Rocha (Pedro). Além do elenco, a direção do espetáculo, repleto de efeitos especiais e de uma grande produção, é realizada por Carlos Reis e Lúcio Lombardi, com figurinos assinados por Marina Pacheco.
História
O espetáculo teve origem nas encenações do Drama do Calvário, entre 1951 a 1962, ocorrido na vila de Fazenda Nova, em Brejo da Madre de Deus, bem próximo ao que hoje situa o Teatro de Nova Jerusalém. A iniciativa foi do patriarca da Família Mendonça, Epaminondas Mendonça, que teve a percepção de produzir um evento com o objetivo de atrair turistas e movimentar o comércio local.
A ideia de construir uma réplica da cidade de Jerusalém para que ocorressem as encenações foi do grande inventor, Plínio Pacheco, a convite do então diretor e ator, Luiz Mendonça, que, na época, interpretava o papel de Jesus no espetáculo da Paixão de Cristo. As obras do teatro de Nova Jerusalém foram concretizadas em 1968, 12 anos depois da chegada de Plínio em Fazenda Nova. Com 100 mil metros quadrados, a Cidade Teatro equivale a um terço da área murada de Jerusalém. E, desde então, há 45 anos as apresentações ocorrem dentro das muralhas.
Composta por nove palcos-plateias, que reproduzem cenários naturais incrivelmente idênticos aos da época em que Jesus esteve de passagem na Terra, as obras monumentais foram concebidas por arquitetos e cenógrafos nordestinos e, pelo fundador magnífico, Plínio Pacheco. Além de idealizar a obra, Plínio também escreveu o texto da obra literária.
A partir disso, todos os anos são esperados visitantes de todo o país, em Nova Jerusalém, durante o espetáculo. A expectativa para 2019 é de 60 mil espectadores.