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Padre Hugo Ara conta como foi a visita do Papa à Bolívia

IMG_8500Padre Hugo Ara está na Universidade Católica de Pernambuco com a sensação de dever cumprido. Ele foi o principal organizador da visita do Papa Francisco à Santa Cruz de La Sierra. Um trabalho que levou dois meses e meio de preparação e envolveu uma equipe de 38 pessoas com a participação de 9.200 voluntários. Além da Bolívia, o Pontífice esteve no Equador e Paraguai no começo do mês.

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9.200 voluntários na organização

Ara conta que o staff em Santa Cruz foi organizado em nove comissões (saúde, comunicação, protocolo, hospedagem, alimentação, guarda papal, logística, economia e a coordenação geral). “Todos fizeram um curso sobre o Papa para compreender o que ele representa, qual a missão da equipe e como atender as pessoas”.

Francisco teve uma agenda bastante movimentada na Bolívia. Ele partiu de Quito (Equador) e seguiu direto para a capital La Paz, enfrentando altitude de mais de 3.800 metros. Já no fim do dia (8 de julho), ele viajou para Santa Cruz de La Sierra, onde também foi recepcionado ainda no aeroporto por autoridades políticas e da Igreja.

Já era noite quando o Papa desfilou em carro aberto pelos quatro quilômetros do Cambódromo, pista semelhante ao sambódromo do Rio de Janeiro na qual são realizadas as atividades cívicas, políticas e militares. “Ele estava visivelmente cansado, mas muito seguro de si. Afinal era uma cultura (a sulamericana)  que ele conhece bem”, disse Hugo.

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Missa reuniu mais de um milhão

Em Santa Cruz de La Sierra, a programação contou com três grandes encontros com autoridades do clero, movimentos populares e uma missa campal que, segundo Hugo Ara, reuniu cerca de um milhão e meio de pessoas. “Ele também visitou a prisão onde estão os detentos de maior periculosidade”, acrescentou o reitor da catedral de Santa Cruz de La Sierra e diretor da Faculdade de Comunicação Diakonia.

Mas foi o encontro com o presidente Evo Morales o momento mais polêmico. O Chefe de Estado entregou uma uma cruz contendo a foice e o martelo símbolos do comunismo. A imagem rodou o mundo e deu margem à várias interpretações. “No dia seguinte, o Papa colocou todas as condecorações aos pés de Nossa Senhora de Copacabana (padroeira da Bolívia). Um gesto que simboliza a recusa, mas de maneira delicada, sutil de não magoar as pessoas”.

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