Padre Clóvis celebra 25 anos de sacerdócio em missa emocionante
|Uma missa interativa com a participação de amigos, bem ao estilo autêntico do Padre Clóvis Cabral. Foi assim que ele celebrou os 25 anos de sacerdócio na noite desta segunda-feira (21), na Capela da Universidade. Além da comunidade jesuíta, marcaram presença representantes de movimentos sociais e vários amigos que trabalham na Unicap.
“Vamos ter uma missa de teologia construtivista com o jeito especial de rezar da pedagogia inaciana”, disse ele ao apresentar os amigos ao grupo reunido na Capela. Alguns deles foram convidados a expressar suas esperanças, anseios e sonhos. Os desejos de esperança, justiça, união, paz e tolerância prevaleceram entre os que falaram.
“Eu vim da luta, vim do trabalho. Vim do morro. Carrego em mim a causa de quem vive no subúrbio”, disse Ana Beatriz, funcionária da Biblioteca e amiga do Padre Clóvis. Os momentos de interação entre ele e as pessoas presentes eram intercalados por cânticos religiosos.
O altar estava enfeitado com objetos afetivos de Padre Clóvis. Alguns simbolizando a cultura africana, numa nítida tentativa de passar uma mensagem de tolerância e amor ao próximo. E do movimento negro veio um dos momentos mais emocionantes da missa.
Uma das ialorixás mais antigas de Pernambuco, Tia Zeza, não poupou palavras de carinho ao abraçar Padre Clóvis durante a celebração. “Peço ao Pai Celestial que continue te iluminando e iluminando essa família maravilhosa que aqui está”.
Votos reforçados por Luciana Valença, da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de Olinda e Recife. “Você vê uma diversidade de pessoas, diversidade de culturas juntas por uma coisa muito simples que é o amor. Padre Clóvis representa tudo isso. A união dessa diversidade, uma diversidade que se complementa, em construção”.
Quem também estava visivelmente emocionada em partilhar desse momento foi a promotora de justiça Irene Cardoso. São mais de trinta anos de amizade. Padre Clóvis foi professor dela no Colégio Diocesano de Teresina. “Desde a primeira aula com ele, aprendi o sentido da espiritualidade”.
E o agradecimento dele veio à moda nordestina, como o próprio definiu. “Deus lhe pague, retribua a vocês com abundantes graças a amizade, o amor, o carinho que vocês tem por mim. Nós somos irmãos e irmãs porque acreditamos na força transformadora do amor e em uma sociedade mais justa e fraterna”.