O papel da arte na subjetividade
|A importância da arte no nosso cotidiano foi o ponto de partida da palestra da professora Ana Lúcia Francisco, que fez parte do ciclo de atividades em homenagem ao Dia do Psicólogo, comemorado nesta quinta-feira (27).
A coordenadora do curso de Psicologia da Unicap traçou uma analogia com a exposição fotográfica de Carlos Vasconcelos A Longa Noite dos Pesadelos de Batman, em cartaz na Biblioteca e que provoca uma discussão em torno da subjetividade dos personagens de quadrinhos.
Com mestrado e doutorado em Psicologia Clínica, Ana Lúcia Francisco falou com a propriedade de quem tem 39 anos de Unicap. A pesquisadora organizou a apresentação em dois momentos. No primeiro, ela falou do conceito de arte. No segundo, ela fez uma correlação com as figuras de HQ.
“A arte acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Ela se presta as mais diversas finalidades e varia de acordo com a bagagem psicossocial do artista. Não há uma explicação unívoca”.
A professora mencionou vários pensadores, entre eles Umberto Eco e o seu livro A Obra Aberta, no qual o filósofo e semiólogo italiano faz questionamentos sobre as definições de arte. “Em tempos de evolução muito rápida, o novo conceito de arte foge das definições catedráticas”, refletiu Ana Lúcia e depois complementou o raciocínio fazendo uma colocação sobre o escritor francês Julio Verne de que “o ser humano nunca deve descansar sobre um modelo definitivo”.
Ana também destacou o poder da arte em transformar o mundo e as relações humanas. Ela citou como exemplo disso a aposta das figuras do gibi na interatividade com o público como experiência de subjetividade. “As figuras em quadrinhos retratam nossos paradoxos, proporcionam livre troca de valores e conteúdo. Autor e público se influenciam”.
A pesquisadora finalizou a palestra ressaltando o papel da arte em tornar o mundo menos complexo. “Numa época de extrema racionalidade, mais do que nunca precisamos sonhar, precisamos da arte”.