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Mestrado Profissional em História realiza palestra sobre desafios da metodologia da história oral

O Programa de Pós-graduação em História da Universidade Católica de Pernambuco, por meio do Mestrado Profissional de História, realizou na noite da última sexta-feira, dia 9, no Anfiteatro do 3º andar do bloco G4, mais um encontro do seu Ciclo de Palestras. O professor da UFPE Antônio Torres Montenegro abordou o tema “Desafios da metodologia da história oral”.

Segundo o coordenador do Mestrado Profissional em História, professor Tiago Cesar, “a ideia do Ciclo de Palestras do Programa de Pós-graduação em História é trazer os professores de Pernambuco, especialistas em vários campos da história, para colaborar com o ensino teórico e técnico dos profissionais que estão se formando no Mestrado Profissional em História.”

Além dos alunos da pós-graduação, participaram do evento alunos da graduação em História, o coordenador do curso de História, professor Flávio Cabral, professores e funcionários da Unicap.

“Nós temos uma parceria com a graduação em História, para que os alunos participem junto com os mestrandos dos eventos. É um ganho para eles, do ponto de vista teórico, porque aqui se discute conceitos de memória, de patrimônio e de história, se discute, também, a parte metodológica e prática de como o historiador tem que proceder para chegar ao desenvolvimento do texto de qualidade científica. Então, para quem está começando, esses são os primeiros passos, acompanhando o pessoal que já está em uma pós”, relatou professor Tiago.

O palestrante fez uma reflexão sobre a utilização dos documentos no trabalho do historiador, enfocando os relatos orais de memória. Segundo o professor, esses relatos orais de memória são amplamente utilizados pela historiografia e as especificidades dessa documentação, porque os relatos são uma construção de uma relação que se estabelece entre o entrevistador e o entrevistado”, explica.

Durante a palestra, foi apresentado um percurso de projetos de pesquisa, desenvolvidos utilizando a metodologia da história oral. “Nós, no momento, estamos desenvolvendo um convênio com o Tribunal Regional do Trabalho, 6ª região, entrevistando juízes do trabalho. Nos relatos de memória desses juízes, eles contam experiências, por exemplo, do Regime Militar, numa dimensão que é pouco documentada, nos jornais e nos processos trabalhistas, como o medo que eles sentiam de serem chamados pelo Quarto Exército, ou mesmo telefonemas que eles recebiam dos militares. Muitas vezes pessoas que estavam no processo tinham amizades com os militares e se achavam no direito de pedir ao militar para ligar para o juiz e interferir. Então, havia um clima de medo nesse período, segundo relatos de alguns juízes. São esses tipos de experiência que as pessoas vivenciam e que normalmente não estão documentados em outras fontes, outro registros documentais, que as entrevistas muitas vezes possibilitam”, ressaltou o professor Antônio Montenegro.

Essa foi a segunda edição do Ciclo de Palestra. Na primeira, que aconteceu no dia 11 de maio, foi abordado o tema “A formação das elites coloniais”, com o professor da UFPE, George Souza.

Acompanhe na reportagem de Éber Pimenta, no link ao lado: Perfil da elite colonial é tema de palestra promovida pelo Mestrado em História.

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