Luiz Mott participa do IV Colóquio de História na Católica
|No segundo dia do IV Colóquio de História, o pesquisador, professor e fundador do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott fez uma palestra sobre: “O interdito da História: a sexualidade entre as ordenações e as leis eclesiásticas”. A palestra foi realizada no dia 17, no auditório G2.
Antes de dar início a sua exposição, o professor agradeceu o convite do coordenador do curso de História, Luiz Carlos Luiz Marques, e exaltou sua satisfação de estar fazendo uma palestra em uma Universidade Católica. “Que bom que uma Universidade Católica esteja aberta às transformações do mundo, esteja aberta para a diversidade”, disse Luiz Mott.
O professor começou falando dos pudores que existem para falar de sexo na cultura ocidental. “Nós temos as mesmas necessidades que os animais, porém nossas respostas são domesticadas de acordo com a cultura. A Igreja nos ensinou que sexo, se não for para procriação, é pecado. Existiram sociedades em que o sexo era uma coisa divina, e esses povos homenageavam suas divindades fazendo sexo”.
Segundo o professor, a interferência da Igreja nesse processo deve-se ao intuito de que vivemos em uma sociedade natalista. “Toda relação sexual tem que ser produtiva. A origem do papa ser contra o uso da camisinha vem daí. Naquela época, as sociedades eram pequenas e necessitavam crescer, por isso a proibição. Tudo que nós achamos de certo ou errado sobre o sexo vem de muitos anos atrás e permanece até hoje”, afirmou Mott.
O professor Luiz Mott ainda falou sobre a perseguição sofrida pelos homossexuais na época da inquisição. “Os homossexuais foram tão perseguidos porque os sodomitas se uniam por paixão, por amor e, nessa época, o amor romântico não existia”.
Para terminar, o professor citou exemplos de práticas homofóbicas na atualidade, incluindo o recente caso em que três garotos foram agredidos na Avenida Paulista. “Hoje, no mundo, o Brasil é o campeão de assassinato a homossexuais. Inquisição…Nunca mais!”, concluiu Luiz Mott.