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Jornalistas reapresentam documentário para estudantes na Católica

Em meio às trouxas, bacias e sabão, muitas histórias de vida. Mulheres de famílias diferentes, porém com realidades semelhantes: todas lavadeiras ribeirinhas. Acompanhar a rotina, retratar a cultura, denunciar o preconceito e as condições precárias que permeiam a vidas dessas mulheres foram alguns dos objetivos para a criação do documentário “O São Francisco das Lavadeiras”. Os jornalistas Jaime Mitchell, Cinthia Ferreira e Marília Simas estiveram na noite da última quarta-feira (14), na Universidade Católica de Pernambuco, a convite do coordenador do curso de Jornalismo, Juliano Domingues, para apresentar a proposta do documentário e promover um debate com os estudantes do 7º período de Jornalismo.

No primeiro momento, o grupo exibiu o documentário que tem aproximadamente 19 minutos para os estudantes da disciplina de produção em vídeo. Em seguida, os jornalistas contaram como foi o processo para a escolha do tema e como o projeto foi produzido. A estudante Bárbara Dourado contou que a iniciativa de trazer um grupo para falar um pouco do trabalho foi importante para esclarecer algumas dúvidas que poderiam aparecer durante o processo de execução do projeto. “ Ouvir a experiência de um grupo que fez o trabalho há pouco tempo, de certa forma faz a gente, que quer  fazer o projeto em vídeo, pensar melhor nas condições, no tema, e como a gente vai abordar o assunto”, disse.

O estudante Asaph Saboia falou que é muito importante esse momento de troca de experiências, principalmente para aqueles alunos que querem fazer o projeto em vídeo. “Foi um momento em que podemos ver na prática tudo que engloba um projeto experimental. No caso desse grupo, foi muito interessante para nós ouvir as experiências vivenciadas por eles.”, relatou. Asaph Saboia completou que este é um documentário diferente, por ser etnográfico. “O documentário foi maravilhoso.O grupo está de parabéns, pois conseguiu trazer o ineditismo de forma coerente, com aprofundamento e deixando as fontes e a história das lavadeiras serem protagonistas do documentário”, concluiu.

Para o jornalista Jaime Mitchell, vários fatores colaboraram para a elaboração desse documentário. “Foi um projeto corajoso, pois surgiu de uma ideia nada convencional. Ninguém do grupo conhecia nenhuma fonte, não tinha contato com as lavadeiras, nem tampouco sabia onde elas viviam. Foi um trabalho de produção intenso. Mas o resultado foi recompensador”, afirmou. Já Cinthia Ferreira disse que é importante dar voz a essas mulheres que muitas vezes são poetizadas, mas que na realidade têm a vida bastante sofrida. “Primeiramente nós não achamos nenhum trabalho que desse voz às lavadeiras, fomos para as estatísticas e percebemos que elas não se encontram na pesquisas oficiais. Decidimos dar voz a essas mulheres que são excluídas”, pontuou.

O documentário “O São Francisco das Lavadeiras” mostra o dia a dia de cinco personagens que moram nos municípios de Piaçabucu, em Alagoas, e Santana do São Francisco, em Sergipe. As mulheres contam através das câmeras as dificuldades, preocupações, os anseios das lavadeiras que continuam a perpetuar o ofício muitas vezes herdado pela família.

 

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