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IV Fórum Eptic vai debater a comunicação alternativa

O XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011, que será realizado de 2 a 6 de setembro na Universidade Católica de Pernambuco, contará na sua programação com o IV Fórum Eptic. O evento está programdo para o dia 2, das 9h às 12h, na sala 307 do bloco G4, e vai debater a comunicação alternativa. O Fórum será coordenado pelos professores Valério Brittos (Unisinos) e Cesar Bolaño (UFS) e terá mediação do professor Ruy Sardinha (USP). Confira abaixo resumo dos trabalhos que serão apresentados:

Digitalização, alternativas e direito à comunicação – Valério Brittos (Unisinos)Comunicação alternativa – Cicília M. Krohling Peruzzo (Umesp)A adoção do Sistema Brasileiro de TV Digital e o debate sobre o sistema brasileiro de rádio digital evidenciam uma mobilização hercúlea por parte das iniciativas de comunicação comunitária, se submetendo a orçamentos limitados ou mesmo inexistentes e sem condições profissionais de manutenção de suas atividades. A proposta dessa palestra é apresentar perspectivas relacionadas às demandas de apropriação do processo regulatório, que incidem na formulação ampla de políticas que atendam às necessidades socioculturais e político-econômicas desses grupos, bem como às demandas de apropriação do processo tecnológico, que dizem respeito às definições sobre faixas de frequência, infraestrutura e gestão, além de áreas relacionadas a conteúdo, como programação, produção e elaboração de formatos e narrativas capazes de engajar a sociedade em geral nos processos de afirmação dessas iniciativas.  

Faço Parte! Territórios de afeto e investimentos desejantes da comunicação sindical no cenário da acumulação via espoliação – Maria Luiza Cardinale Baptista (UCS)O texto apresenta a reflexão sobre a comunicação sindical contemporânea, a partir da experiência de consultoria e produção do livro “Faço Parte: 30 Anos – Histórias e Personagens do Sindicato dos Comerciários de Carazinho e Região”, no Rio Grande do Sul. Atualiza a discussão sobre a comunicação sindical, realizada em pesquisa anterior, pela autora, junto aos metalúrgicos de Porto Alegre e apresentada à ECA/USP. O referencial teórico é transdisciplinar, envolvendo a Comunicação; a Esquizonálise, para aspectos da subjetividade maquínica e dispositivos de subjetivação, bem como a noção de territórios de afeto – neste caso, associada à Geografia contemporânea. A proposição alia-se, ainda, à Economia Política, na medida em que discute a Comunicação Sindical e a necessidade de um novo padrão tecnoestético, no contexto do capitalismo de acumulação via espoliação.

 Os novos movimentos sociais e a utilização da Internet – César Bolaño (UFS)

O trabalho propõe uma discussão sobre a mudança estrutural do capitalismo e o impacto deste fenômeno sobre os movimentos sociais, considerando deslocamentos transcorridos a partir dos anos 2000. Compreende-se que os novos movimentos sociais surgem no final do século XX e seguem reproduzindo-se até o momento, tendo por característica a organização da juventude através de redes sociais e da Internet em geral. Trata-se de uma incógnita, de algo ainda definido, pois se afasta muito do velho movimento operário e da organização classista. Este estudo, então, pretende analisar os caminhos desta realidade, debatendo  flashes  do que está acontecendo, o que foge dos instrumentos clássicos da política, ao mesmo tempo em que o funcionamento das redes coloca desafios intelectuais para o pensamento de esquerda e a Economia Política.

  

  

 O trabalho discute a comunicação alternativa, no âmbito das dinâmicas ddigitalização contemporânea e de reconfiguração capitalista. Concebe-se comunicação alternativa como aquela que efetivamente contrapõe-se ao sistema, posicionando-se de forma contra-hegemônica e, por isso, comprometida com a construção do direito à comunicação. Como forma de construção de processos midiáticos libertadores, propõe-se a necessidade de aproximação dos projetos de comunicação alternativa das ideias de Paulo Freire, assumidas no âmbito da Economia Política da Comunicação, eixo teórico-metodológico de análise do fenômeno em questão. É neste circuito que se projetam os esforços de um padrão tecno-estético alternativo, o que passa pela socialização das formas de produção e distribuição cultural, estimuladas pelo barateamento de custos trazidos pela digitalização. 

 

Conceitos de comunicação alternativa, das origens às novas configurações. Especificidades do jornalismo alternativo e suas feições no universo das tecnologias da informação e comunicação. Proximidades e interfaces com outras vertentes ou denominações da comunicação do “povo”, tais como a comunicação popular, comunicação comunitária e comunicação cidadã. Comunicação não-hegemônica: (in)coerências entre práticas e conceito? Comunicação “alternativa” hoje: diversidade, possibilidades, limites e avanços.

 Prosumidores ou neoconsumidores? – Bruno Fuser (UFJF)

 As tecnologias digitais trouxeram (e a cada dia trazem mais) novas possibilidades de produção no contexto comunicacional, a ponto de muitos pesquisadores apontarem sermos todos prosumidores: não apenas consumidores, mas também produtores de informação e comunicação. Tal perspectiva, se encontra respaldo no cotidiano de muitíssimas pessoas, é apenas uma promessa para um número ainda maior de cidadãos, seja porque são excluídos do acesso à internet, seja porque têm acesso a uma internet de segunda categoria (lenta, incapaz de acompanhar as inovações das tecnologias digitais que permitem a utilização de determinadas dimensões da produção de informação), seja, finalmente, porque não dominam e/ ou não têm interesse em dominar as técnicas de produção de informação. Pesquisas como do Observatório Nacional de Inclusão Digital e do IBGE mostram como a perspectiva de produção de informação, essencial para uma inclusão sociodigital, ainda está longe de ocorrer no Brasil.

 A digitalização das iniciativas de comunicação comunitária: apropriação dos processos regulatório e tecnológico – Adilson Cabral (UFF)

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