Heloísa Helena lota auditório G2 na 10ª Semana da Mulher na Católica
|Na primeira noite da 10ª Semana da Mulher, o auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco ficou lotado para receber a vereadora e professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Heloísa Helena, convidada para realizar palestra com o tema “O SUS no Brasil e as Políticas Públicas para a Saúde da Mulher no Nordeste”. Além da professora da UFAL compuseram a mesa o Reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, e a professora do curso de Letras e coordenadora do Programa de Intercêmbio da Católica, Elizabeth Siqueira.
O primeiro momento da noite foi voltado para a música, onde Percy Marques e Genilson Pontes, integrantes do grupo MPB Unicap, fizeram uma apresentação tocando músicas como Flor de Liz, de Djavan, Wave, de Tom Jobim, e finalizaram a noite com três músicas dedicadas às mulheres: Marina, de Ary Barroso e Dorival Caymmi, Ligia, de Tom Jobim, e Rosa, de Pixinguinha.
Padre Pedro abriu a noite falando da sua alegria em comemorar a 10ª Semana da Mulher, mas revelou também que não queria que fosse necessário realizar esse tipo de evento para lembrar as pessoas da importância da mulher para a sociedade. “A agenda da mulher não é coisa de mulher, é coisa nossa. Ou porque nós desempenhamos um papel feio na agenda, com irresponsabilidade. Ou porque essa agenda, colocada a partir da mulher, ou pela mulher, tem a ver com a gestação de uma nova humanidade, de uma nova sociedade”, completou ainda o Reitor. Em seguida, a professora Elizabeth leu um poema da escritora mineira Adélia Prado, Casamento, e uma carta em resposta ao texto anterior da também poetisa Janice Japiassú, como homenagem às mulheres.
Após a fala dos dois representantes da Unicap, Heloísa Helena, que já tentou a candidatura para a Presidência da República e hoje divide o seu tempo entre a Câmara de Vereadores de Maceió e as salas de aulas do curso de Enfermagem da UFAL, falou sobre temas variados. Ela disse também tentar passar para os seus alunos não só o necessário para tentar o controle das doenças epidemiológicas, mas a moral que deve existir por trás da conduta de todo profissional da área de saúde que lida com vidas.
Heloísa debateu sobre os grandes problemas do SUS, entre eles o desrespeito à mulher nos atendimentos públicos. “ Todas as áreas são importantes, claro, as alternativas de finalização da economia local, de geração de emprego e renda, de saneamento, de moradia. Tudo isso é importante. Só que, enquanto a gente luta por tudo isso, tem uma questão muito objetiva que não pode esperar a evolução, nem o dia seguinte, que é a área da saúde. Porque a estrutura anatomofisiológica de uma criança, de um idoso, de uma mulher, de um homem, não pode esperar”, frisou Heloísa, cobrando a urgência na melhoria dos programas oferecidos aos brasileiros.
Heloísa Helena também destacou assuntos como o uso de agrotóxicos nas plantações, afirmando, baseada em estudos, que estes afetam um número maior de mulheres. Também entraram em pauta assuntos como os problemas ligados ao câncer de mama e de colo de útero e a AIDS, doença cuja proliferação do vírus se tornou 38% mais frequente nos jovens. O fato, segundo ela, também chama a atenção para outro problema de saúde pública e saúde sexual que é o uso da camisinha como contraceptivo fundamental nas relações sexuais.
Outro importante ponto abordado por Heloísa foi a violência. Ela falou que “o principal problema da saúde pública da juventude brasileira é a violência”, e explicou que esta é a maior responsável pelas mortes de jovens entre 15 e 24 anos, segundo o Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil, lançado pelo Ministério da Justiça em parceria com o Instituto Sangari. “A área de segurança pública é a única área, além da nossa de saúde, que para ser viabilizada mexe diretamente com a vida”, falou Heloísa Helena.