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Fórum Inter-religioso da Unicap vai debater o xamanismo no dia 16 de setembro

A próxima sessão do Fórum Inter-religioso da Unicap, na segunda-feira (16), às 17h, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), vai tratar das práticas xamânicas, com presença de grupo recifense e da sua sacerdotisa. O termo Xamanismo, criado por antropólogos, é uma conjuntura que compõe todas as práticas ancestrais que mantêm relação com o sagrado, divindades, espíritos, e estados alterados de consciência. Há fenômenos xamânicos similares entre os esquimós, entre os índios da América do Norte, da América Central e da América do Sul; na Oceania, na Austrália, na Ásia… O Xamanismo, em sua origem, não pertence unicamente a um determinado povo ou cultura, pois é fruto de um fenômeno que ocorre no início do despertar da própria consciência humana, sendo, assim, uma herança de toda a humanidade.

Divide-se em duas escolas: o xamanismo tradicional, que segue as tradições nativas de cada localidade, e o neoxamanismo, que adapta a essência com práticas terapêuticas e de linhas diversas numa realidade urbana; cobrindo práticas de cura de ancestrais primitivos e de indígenas ao redor do mundo. Contudo há o conceito de Xamanismo Universal, que une o xamanismo tradicional e o neoxamanismo em um só movimento para uma consciência plural e dinâmica do sagrado. Existem traços do xamanismo em todas as religiões, por ser uma manifestação que floresceu no paleolítico e foi aperfeiçoada de acordo com a evolução da capacidade de transcender do ser humano. Portanto, torna-se muito desafiante a tarefa de separar o que é e o que não é xamanismo e como classificá-lo, pois suas práticas estão conectadas às demais religiosidades.

As práticas xamânicas têm crescido nas últimas décadas devido às carências contemporâneas da sociedade urbana. A falta de sentido de pertencimento, a ausência de ritos de passagens, o distanciamento da natureza e de si mesmo ocasionados pela pós-modernidade; pois os indivíduos passaram a dar mais atenção às inovações, aos inventos, ao tecnicismo e foram se distanciando de sua conexão com a Terra. Este mesmo humano que criou toda uma tecnologia para facilitar sua própria vida, hoje não tem tempo para si mesmo, para sua família. Diminuiu a saúde, a qualidade de vida. Muitos vivem atualmente com uma sensação de separação, de isolamento, um sentimento de ausência de sentido na vida. Foram estabelecidas formas totalmente antinaturais de viver. É nesse cenário que ressurge o xamanismo como forma de harmonizar as relações e os relacionamentos em todos os ambientes, com o divino, com a natureza, com o universo. Para isso sendo necessário harmonizar-se consigo mesmo.

A palestra sobre o tema no Fórum Inter-religioso da UNICAP, pela sacerdotisa Regina e o seu grupo, abordará as origens do xamanismo, a função do xamã, os ritos e as celebrações. Serão também desmistificados alguns conceitos e instrumentos xamânicos como a prática do totemismo e o uso da chanupa (cachimbo da paz). Ao final, será realizada uma pequena e rápida vivência ao som de tambores.

Historiadora e Mestranda em Ciências da Religião na UNICAP.
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