Floresta Atlântica é tema de minicurso no III Simcbio
|A professora da Universidade de Pernambuco Mariana Lopes esteve presente na manhã desta sexta-feira (27) no III Simpósio Nordestino de Ciências Biológicas (Simcbio). Seu minicurso teve como tema a “Diversidade animal da Floresta Atlântica e aspectos sobre sua conservação”. O assunto é de grande relevância, já que o Brasil é o principal país entre aqueles detentores de megadiversidade, possuindo entre 15 e 20% do número total de espécies da Terra. E de todos os biomas do mundo, a Mata Atlântica figura entre os 25 hotspots mundiais da biodiversidade e, apesar de grande parte ter sido destruída, ela ainda abriga mais de 8 mil espécies endêmicas de plantas vasculres, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Possuindo assim, uma parcela significativa de diversidade biológica do país, com altíssimos níveis de riqueza e endemismo.
A Mata Atlântica é a segunda maior floresta pluvial tropical do continente americano, que abrangia toda a costa brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina em sua porção sul. No passado cobria mais de 1,5 milhões de km2 – com 92% desta área no Brasil (Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2001). Este bioma representa, provavelmente, uma das regiões sul americanas com o maior número de áreas de proteção integral (parques, reservas, estações ecológicas e reservas privadas) – mais de 600 novas áreas foram criadas nos últimos 40 anos.
Como medida de valor da biodiversidade brasileira, no que tange à fauna, soma-se hoje, dentro do universo das espécies conhecidas pela ciência, cerca de 530 espécies de mamíferos, 1.800 de aves, 680 de répteis, 800 de anfíbios e 3 mil de peixes; além de uma riqueza ainda não mensurada de invertebrados, dado o elevado número de espécies estimado para o grupo. Para o Brasil, 627 espécies da fauna são reconhecidas atualmente como ameaçadas de extinção.
Em conjunto, os mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica, somam 1.810 espécies, sendo 389 endêmicas. Isso significa que a Mata Atlântica abriga, aproximadamente 7% das espécies conhecidas no mundo nesses grupos de vertebrados. Nesse cenário de riqueza e endemismo, observa-se, por outro lado, elevado número de espécies ameaçadas de extinção. Em certos grupos, como as aves, 10% das espécies encontradas no bioma se enquadram em alguma categoria de ameaça. No caso de mamíferos, o número de espécies ameaçadas de extinção atinge aproximadamente 14%.
É diante deste cenário de destruição que tem sofrido a Mata Atlântica, que o incentivo a projetos de conservação e ideias que possam minimizar, ou até mesmo evitar mais degradação a este bioma e, consequentemente, à flora e à fauna, devem aumentar exponencialmente.