Boletim Unicap

Finanças pessoais são tema de oficina no Encontro de Educadores da Católica

Como colocar as contas em dia e se livrar de dívidas? Em busca dessa resposta, professores e funcionários da Unicap fizeram da oficina organizando as finanças pessoais uma das mais procuradas do Encontro de Educadores da Católica. A aula ministrada pelo coordenador do curso de Administração, professor Adilson Celestino,  lotou a sala 305 do bloco G na tarde desta quinta-feira (2).

O conteúdo girou em torno da organização das despesas e investimentos. Segundo o professor, a primeira dica é separar os custos fixos dos variáveis. Não há como evitar gastos com impostos, água, luz, telefone e alimentação. No entanto, há itens que podem ser administrados como financiamentos, cartões de crédito e cheque especial. “Não aconselho ninguém a financiar um carro em 60 meses se você deseja trocá-lo a cada dois anos, por exemplo. Quanto mais tempo, mais se gasta com juros”, explicou Celestino.

A dica para quem deseja diminuir o saldo devedor é pagar a parcela do mês e a última do boleto. É esta que vai interferir na dívida. “Normalmente as primeiras parcelas são só para pagar os juros”, detalhou o professor. Outro caminho para quem pretende financiar ou parcelar as prestações de algo é analisar as taxas de juros e administração e não o valor das prestações.

A ligação entre as finanças e a qualidade de vida é inegável. Isso também passa pelo planejamento familiar. Eis que o professor provoca a turma: “Filho é investimento ou despesa?” Houve quem dissesse que era “investimento de risco”, “poupança”. Estes acertaram. Mas a resposta veio acompanhada de uma ponderação importante: “Você não deve contar com isso mas deve preparar o filho, caso precise da ajuda dele”.

Os conceitos de investimentos e despesas nortearam o restante da aula. Outra dica dada pelo professor Celestino é poupar 20% do que se ganha, independentemente do valor. “É preciso adequar o padrão de vida ao que sobrar”. Assim como evitar uma das armadilhas preferidas do mercado financeiro: o temido cheque especial. “Não se deve associá-lo ao salário, como induzem alguns bancos ao informar o ‘saldo disponível'”, disse ele se referindo à soma do saldo restante na conta conta corrente com o limite do cheque especial.

Um outro vilão do orçamento pode se transformar num aliado. É o cartão de crédito. “Há quem concentre as despesas nele. Desde que tenha dinheiro para pagar a fatura inteira, não há problemas. Os pontos podem ser usados em programas de milhas de viagem, por exemplo. O mais importante é não confundir com dinheiro extra”, esclareceu Celestino, salientando que os juros dessa modalidade são os mais caros do Brasil, algo em torno de 15% ao mês.

E naqueles raros casos em que sobra dinheiro? O que fazer? Onde guardar? São várias as opções de investimento. A mais segura e pouco rentável delas é também a preferida dos brasileiros: a poupança. As novas regras impostas pelo governo limitaram a ganhos a 70% da taxa Selic, isso quando o índice for igual ou menor que 8,5% ao ano. Outra opção são os fundos de investimentos. Neste caso, é preciso ficar atento à taxa de administração e ao imposto que se paga a partir dos ganhos. “Um por cento pode ser considerado uma taxa civilizada. Mais que isso, não compensa”. Quem optar por imóveis, deve ter cuidado com o efeito bolha do mercado imobiliário em Pernambuco. Para quem tem coração forte, não precisa do dinheiro investido a curto prazo, a solução passa pelas bolsas de valores. “O risco é alto, mas a rentabilidade é boa”.

A última dica encerrou a aula com uma frase de efeito. Talvez seja a mais próxima da realidade da maioria: “É impossível que entre os desígnios de Deus para o Universo se inclua o de fazer você ficar rico. Trabalhe!”.

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