Boletim Unicap

Feminismo negro no encerramento da 15ª Semana da Mulher na Unicap

O feminismo negro dominou o debate que marcou o encerramento da 15ª Semana da Mulher na Unicap, na noite desta quinta-feira (10). O assunto foi discutido por alunas do curso de Direito da Católica que fazem parte do grupo de pesquisa Frida, Jamminyce Albuquerque, Larissa Meyrelles e Victoria Regina. A mediação foi da coordenadora do grupo e professora da Unicap, Carolina Ferraz.

As apresentações tiveram como ponto de partida o filme Mães do Pina, que narra a história de mulheres negras daquele bairro da Zona Sul do Recife, mais precisamente da comunidade do Bode. O roteiro e direção são de Léo Falcão, professor do curso de Publicidade e Propaganda da Católica, que também fez parte da mesa. O filme traz depoimentos de lideranças femininas do candomblé que contam a origem da localidade, a religiosidade da comunidade e como os moradores estão convivendo com as transformações provocadas pela especulação imobiliária.

Uma das personagens principais é a mestra Joana D’arc, única mulher a coordenar e apitar o batuque de uma nação de maracatu de baque virado, a Nação Encanto do Pina. Ela também é líder de outros dois grupos: Mazuca da Quixaba e Baque Mulher. Este último se apresentou em dois momentos no auditório G1, antes e depois da exibição do filme.

“Vocês não são apenas um maracatu, são a revolução feminina. Nunca mais  seremos os mesmos. Meu coração está batendo aqui no ritmo do maracatu de vocês”, disse Carolina Ferraz emocionada logo depois da apresentação do Baque Mulher. Sobre o filme, Carolina destacou ainda a resistência feminina e a força das mulheres que construíram a comunidade do Bode.

Jamminyce, Larissa e Vitória falaram da ‘sectarização’ do feminismo branco e negro. “O feminismo ainda  não abraçou as questões raciais e o transfeminismo. Não sou filha de juiz ou delegado. Sou filha de lavadeira. É com o dinheiro das roupas que a minha mãe lava é que estou aqui dentro (da Unicap). Devo muito isso ao feminismo negro porque o feminismo branco não abraçou a minha mãe”, disse Larissa sob os aplausos da plateia.

print

Compartilhe:

Deixe um comentário