Fé e Alegria realizou o primeiro aulão do ano
|Com o tema “Pernambuco sob(re) um novo olhar”, a manhã do sábado (14) começou ao som de músicas e imagens pernambucanas para o primeiro aulão do ano promovido pela Fundação Fé e Alegria em Pernambuco (Fya), juntamente com a Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social e a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), às 8h, no auditório G2 da Católica.
Os alunos do GAPA foram recebidos no clima regional com um vídeo de abertura com um resumo da história de Pernambuco e com uma apresentação da peça “O rico avarento”, de Ariano Suassuna e J. Borges, encenada pelos estagiários e funcionários do Fya, animando todos que estavam presente. O professor Paulo Cardoso falou que a escolha da peça foi feita porque ela mostrava o caráter circular da literatura. Contou que essa obra tem influência de autores de Roma como Plauto, que tem um avarento, e fez uma comparação da obra atual com obras passadas. Falou também que a peça tem características do movimento armorial que cria uma arte erudita a partir de xilogravuras e une histórias populares.
A professora Maria de Lourdes Ribeiro contou a história de J. Borges e exibiu um vídeo documentário dele. A professora Yasmin Bonifácio leu o cordel “A chegada da prostituta ao céu”, de J. Borges, e a professora Suellen Rafaella leu o cordel “Mitos, lendas e crendices”, explicando depois sobre lendas e mitos, contando a lenda de “Maria Florzinha” .
O professor Aldonez Pereira falou sobre Tobias Barreto de Meneses, que ficou conhecido pelo espírito de liderança. Ele chefiava a “Escola do Recife”, onde nasceu o verdadeiro espírito crítico no Brasil e concorreu para a renovação da nossa cultura. Citou um dos livros de Barreto de poemas chamado “Dias noites”, e leu um dos poemas desse livro. Explicou sobre o monismo (nome dado às teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade com um todo). Aldonez também falou sobre o evolucionismo europeu, condoreirismo e citou algumas das outras obras de Tobias Barreto, e o professor Rafael Ribeiro fez uma leitura dramatizada do poema “Cana de açúcar”, de Luciana do Róseo.
Os professores de química Liderlânio Araújo e Marcella Estanislau leram o poema “O açúcar”, de Ferreira Gullar, que faz alusão ao açúcar da cana. Explicaram que a preocupação do poeta não é com a química, embora passagens do poema possam permitir alguma leitura nessa área. Nos exercícios que foram respondidos, foram citadas algumas passagens do poema. Liderlânio e Marcella finalizaram com uma mensagem de Charles Chaplin: “Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve… A minha vida é muita para ser insignificante”.
O professor Josué Velozo falou sobre as fontes de energia, a energia e o homem e a cana-de-açúcar como fonte de energia renovável. “O homem precisa de energia para evoluir”, disse. A professora Camilla Catharine Fernandes falou do açúcar e os impactos biológicos. “Hoje o Brasil é um produtor mundial de cana-de-açúcar e também um dos principais causadores dos impactos ambientais nas áreas açucareiras”, falou.
Desses impactos causados, Camilla citou a redução da biodiversidade, contaminação das águas superficiais e subterrâneas e do solo, emissão de fuligem e gases de efeito estufa e danos à flora e à fauna. Explicou que as queimadas são responsáveis pela emissão de gases, e que a má qualidade do ar pode prejudicar a saúde. A professora falou da Lei de proibição das queimadas (Artigo 27 do Código Florestal Brasileiro – Lei nº 4.771/65), do processo de eutrofização nos rios e lagos causado pelo despejo da vinhaça e deixou a mensagem para reflexão: “Ainda que a noite queime, ainda que o medo te morda, ainda que o sol se ponha e se cale o vento… Não te rendas, no final tudo valerá a pena”.
Ao retornar às atividades, o professor José Alves explicou sobre os movimentos migratórios, como, por exemplo, a diferença entre emigrante e imigrante, migração dos Nordestinos para o Sudeste (por ser um pólo industrial). “Pernambuco, devido ao seu desenvolvimento, está sofrendo atração de muitas pessoas”, falou.
O professor Anderson Barbosa contou que Pernambuco é o centro econômico-social (no início de sua colonização é um dos Estados mais importantes do Nordeste brasileiro), falou de Duarte Coelho (que foi o primeiro a contribuir para que o empreendimento fosse um sucesso) e da cana-de-açúcar e o algodão que despertaram a cobiça dos europeus.
Explicou sobre a invasão holandesa (1630), a mineração (Minas Gerais), o Brasil Colonial, Brasil Imperial, Pernambuco como o 2º maior polo industrial do Nordeste (perdendo apenas para a Bahia), a economia de Pernambuco, o setor de serviços, a agricultura, indústria, as empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), o Complexo Industrial e Portuário de Suape, região Agreste, o Sertão, produtos de exportações e de importações de Pernambuco.
Já o professor Pedro Castellan falou sobre a importância de símbolos como a bandeira e o brasão de Pernambuco, como são passados para outros lugares e os seus significados. Finalizando o aulão, os professores Anderson Barbora, Pedro Castellan e Rodrigo Mendonça fizeram um Jogral falando sobre os personagens que foram de fundamental importância para a história de Pernambuco como os índios, Duarte Coelho, Maurício de Nassau, Zumbi dos Palmares, Frei Caneca e Luiz Gonzaga. Para concluir, o grupo cultural “Cordas e Sopros”, do Fé e Alegria, fez uma apresentação fechando o dia com muita cantoria, animação e alegria.