Ex-alunos de Jornalismo e de Relações Públicas da Católica conquistam principais prêmios no 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
|Ex-alunos dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Católica de Pernambuco brilharam no 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos mais importantes do país. Marcelo Gomes, ex-aluno de Jornalismo, conquistou o prêmio de melhor filme e melhor roteiro com o longa “Era uma vez eu, Verônica”. Já Daniel Aragão, ex-aluno de Relações Públicas, recebeu o prêmio de melhor direção pelo filme “Boa sorte, meu amor”. E Pedro Severien, também ex-aluno do curso de Jornalismo, teve o seu curta “Canção para a minha irmã” premiado na categoria de melhor fotografia.
O filme de Marcelo Gomes, que também ganhou o prêmio de melhor longa-metragem de ficção do júri popular, revela as reflexões de Verônica, uma estudante de Medicina recém-formada, que passa por um momento de incertezas. Ela questiona não só as suas escolhas profissionais, como suas relações mais íntimas, mas até mesmo a sua capacidade de lidar com a vida no Brasil urbano contemporâneo.
Já a ideia do filme de Daniel Aragão surgiu a partir de uma inquietação do cineasta pernambucano depois do enterro da sua avó, quando histórias do passado esquecido da família foram resgatadas. O longa conta a história de Dirceu, 30 anos, cujas origens remontam à aristocracia latifundiária do Sertão pernambucano. Conformado em uma espécie de amnésia subjetiva, ele tenta enterrar o passado de sua família. Dirceu vive no Recife, cidade cuja paisagem sofre um descontrolado processo de transformação, em parte graças ao seu trabalho em uma empresa de demolição. Maria compartilha as mesmas origens sertanejas, embora use a cidade para outro propósito. Se Dirceu aspira a um mundo estável e presente, Maria vive em discordância com o presente. Para ela, nada é como deveria ser. A presença de Maria, quase uma aparição, desencadeia em Dirceu a urgência por mudanças. Em uma rota de fuga e peregrinação pelo deserto, um encontro singular está marcado para acontecer. O filme é um antirromance do impacto entre a música e o silêncio.
O contato de Marcelo Gomes com o cinema começou com um cineclube criado por ele no Recife. Mais tarde, formou-se em Film Studies na Bristol University e dirigiu vários curtas premiados. Seu primeiro longa, Cinema, Aspirinas e Urubus, estreou na mostra Un Certain Regard, Cannes, 2005, e recebeu o Prêmio do Ministério da Educação da França, além de mais de 50 prêmios em festivais pelo mundo todo. Em 2009, Marcelo apresentou no Festival Internacional de Cinema de Veneza Viajo porque preciso, volto porque te amo, codirigido com Karim Ainouz.
Daniel Aragão, por sua vez, trabalhou como assistente de direção no filme Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, premiado com o Prix de la Education na mostra Un Certain Regard do Festival Internacional de Cannes em 2005. Seus curtas A conta-gotas (2006), Uma vida e outra (2007), Solidão pública (2008) e Não me deixe em casa (2009) acumularam prêmios e participações em diversos festivais ao redor do mundo, incluindo Hamburgo, Locarno, Clermont-Ferrand e o IDFA. Em 2007, foi convidado pelo festival de Berlim para participar do Berlinale Talent Campus. “Boa sorte, meu amor” é seu primeiro longa.
Pedro Severien começou a carreira de diretor com vídeos experimentais de sua autoria em 1999 e em seguida atuou como assistente nos longas Deserto feliz, Kiltro, Lost dogs e Manilla envelopes. Entre os filmes que dirigiu estão Carnaval inesquecível (2007), São (2009), O homem planta (2011) e Canção para minha irmã (2012), exibidos em festivais no Brasil, como a Mostra de Tiradentes e a Janela Internacional de Cinema do Recife, e no exterior, como o Molodist em Kiev. Escreveu o livro O Homem que Explodiu e é corroteirista de País do desejo, de Paulo Caldas, lançado no festival de Gramado em 2011. Atua como produtor e diretor de cinema, à frente da Orquestra Cinema Estúdios. É produtor do longa Boa sorte, meu amor, de Daniel Aragão. Todas as cores da noite é o seu primeiro longa, em fase de pós-produção.
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL
LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO
Melhor filme – R$ 250 mil
“Eles voltam”, de Marcelo Lordello e “Era uma vez eu, Verônica”, de Marcelo Gomes
Melhor direção – R$ 20 mil
Daniel Aragão (Boa sorte, meu amor)
Melhor ator – R$ 5 mil
Enrique Diaz (Noites de Reis)
Melhor atriz – R$ 5 mil
Maria Luiza Tavares (Eles voltam)
Melhor ator coadjuvante – R$ 3 mil
W. J. Solha (Era uma vez eu, Verônica)
Melhor atriz coadjuvante – R$ 3 mil
Elayne Moura (Eles voltam)
Melhor roteiro – R$ 5 mil
Marcelo Gomes (Era uma vez eu, Verônica)
Melhor fotografia – R$ 5 mil
Mauro Pinheiro Jr. (Era uma vez eu, Verônica)
Melhor direção de arte – R$ 5 mil
Gatto Larsen e Rubens Bardot (Esse amor que nos consome)
Melhor trilha sonora – R$ 5 mil
Karina Buhr e Tomaz Alves Souza (Era uma vez eu, Verônica)
Melhor som – R$ 5 mil
Guga S. Rocha, Phelipe Cabeça, Pablo Lopes (Boa sorte, meu amor)
Melhor montagem – R$ 5 mil
Ricardo Pretti (Esse amor que nos consome)
Menção Especial do Júri
A menção especial do júri é dedicada a um artista múltiplo. Um ator que dirige, escreve e produz. Um ator que entrou para o imaginário do audiovisual brasileiro como ícone de um tipo de cinema que fazia humor sem o preservativo da hipocrisia e da caretice: Carlo Mossy, integrante do elenco de “Boa sorte, meu amor”.
CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
Melhor filme – R$ 20 mil
Vestido de Laerte, de Claudia Priscilla e Pedro Marques
Melhor direção – R$ 5 mil
Eduardo Morotó, Marcelo Martins Santiago e Renan Brandão (Eu nunca deveria ter voltado)
Melhor ator – R$ 3 mil
Everaldo Pontes (Eu nunca deveria ter voltado)
Melhor atriz – R$ 3 mil
Luciana Paes (A mão que afaga)
Melhor roteiro – R$ 3 mil
Gabriela Amaral Almeida (A mão que afaga)
Melhor fotografia – R$ 3 mil
Pedro Sotero (Canção para minha irmã)
Melhor direção de arte – R$ 3 mil
Fernanda Benner (Vestido de Laerte)
Melhor trilha sonora – R$ 3 mil
Pedro Gracindo e Victor Lourenço (Eu nunca deveria ter voltado)
Melhor som – R$ 3 mil
Felippe Schultz Mussel e Rodrigo Maia (Menino Peixe)
Melhor montagem – R$ 3 mil
Marco Dutra (A mão que afaga)
CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Melhor filme – R$ 20 mil
Valquíria, de Luiz Henrique Marques
LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Melhor filme – R$100 mil
Otto, de Cao Guimarães
Melhor direção – R$ 20 mil
Petra Costa (Elena)
Prêmio Especial do Júri
Um Filme para Dirceu, de Ana Johann
Melhor fotografia – R$ 5 mil
Cao Guimarães e Florencia Martínez (Otto)
Melhor direção de arte – R$ 5 mil
Filme “Elena”
Melhor trilha sonora – R$ 5 mil
O Grivo (Otto)
Melhor som – R$ R$ 5 mil
O Grivo (Otto)
Melhor montagem – R$ 5 mil:
Marília Moraes e Tina Baz (Elena)
CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO
Melhor filme – R$ 20 mil
A Guerra dos Gibis, de Thiago Brandimarte Mendonça e Rafael Terpins
Melhor direção – R$ 5 mil
Liliana Sulzbach (A Cidade)
Melhor fotografia – R$ 3 mil
Francisco Alemão Ribeiro (A Cidade)
Melhor direção de arte – R$ 3 mil
Natália Vaz (A Guerra dos Gibis)
Melhor trilha sonora – R$ 3 mil
BID (A Guerra dos Gibis)
Melhor som – R$ 3 mil
Cléber Neutzling (A Cidade)
Melhor montagem – R$ 3 mil
Eduardo Serrano (A Onda Trás, o Vento Leva)
PRÊMIO DO JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem de ficção – R$ 20 mil
Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes
Melhor longa-metragem documentário – R$ 15 mil
Elena, de Petra Costa
Melhor curta-metragem de ficção – R$ 10 mil
A mão que afaga, de Gabriela Amaral Almeida
Melhor curta-metragem documentário – R$ 10 mil
A ditadura da especulação, de Zé Furtado
Melhor curta-metragem de Animação – R$ 10 mil
O Gigante, de Luís da Matta Almeida
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI OFICIAL
Melhor longa-metragem: R$ 80 mil
Parece que existo, de Mario Salimon
Melhor curta-metragem: R$ 30 mil
Meu amigo Nietzsche, de Fáuston da Silva
Melhor direção: R$ 6 mil
Fáuston da Silva (Meu amigo Nietzsche)
Melhor ator: R$ 6 mil
Bruno Torres (Sagrado coração)
Melhor atriz: R$ 6 mil
Gleide Firmino (A caroneira)
Melhor roteiro: R$ 6 mil
Fáuston da Silva e Tatianne da Silva (Meu amigo Nietzsche)
Melhor fotografia: R$ 6 mil
Vagner Jabour (Vida kalunga)
Melhor montagem: R$ 6 mil
Edson Fogaça (A jangada de raiz)
Melhor direção de arte: R$ 6 mil
Andrey Hermuche (A caroneira)
Melhor edição de som: R$ 6 mil
Dirceu Lustosa (Vida kalunga)
Melhor captação de som direto: R$ 6 mil
José Pennington (Zé do pedal)
Melhor trilha sonora: R$ 6 mil
Cláudio Macdowell (Parece que existo)
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem: R$ 20 mil
Sob o signo da poesia, de Neto Borges
Melhor curta-metragem: R$ 10 mil
Meu amigo Nietzsche, de Fáuston da Silva
PRÊMIO AQUISIÇÃO CANAL BRASIL
O melhor curta de ficção ou animação em competição, selecionado pelo júri Canal Brasil, recebe o prêmio de aquisição no valor de 15 mil reais.
O Prêmio Aquisição Canal Brasil tem como objetivo estimular a nova geração de cineastas, contemplando os vencedores na categoria curta-metragem dos mais representativos festivais de cinema do país. Um júri convidado pelo Canal Brasil e composto por críticos e jornalistas especializados em cinema escolhe o melhor curta em competição, que recebe o troféu Canal Brasil e um prêmio no valor de R$ 15 mil. Além disso, o Canal Brasil exibe o curta vencedor em sua grade de programação e no site do canal (www.canalbrasil.com.br), que no final do ano concorre ao Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas-Metragens, no valor de R$ 50 mil.
Júri: Ismaelino Pinto, Marcos Petrucelli, Daniel Schenker, Marcos, Rodrigo Fonseca, Cid Nader e Michel Toronaga.
Filme: A mão que afaga, de Gabriela Amaral Almeida
PRÊMIO DA CRÍTICA – JÚRI ABRACCINE
O júri formado por membros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema optou por escolher apenas um longa e um curta-metragem, sem distinção de gêneros. O júri foi formado por Daniel Schenker (do Rio de Janeiro), Marcelo Miranda (de Minas Gerais), Yale Gontijo e Guilherme Lobão (do Distrito Federal), Sérgio Rizzo (de São Paulo), Fatimarlei Lunardelli (do Rio Grande do Sul) e Marco Antônio Moreira (do Pará).
Melhor Curta-metragem – Troféu Candango
Pelo rigor estético na construção de uma atmosfera de estranhamento, pela dramaturgia precisa e pela sensibilidade no enfoque da solidão, o troféu Abraccine vai para…
“A mão que afaga”,de Gabriela Amaral Almeida (SP)
Melhor Longa-metragem – Troféu Candango
Pela habilidade em tornar expressivos os recursos estéticos na abordagem do amadurecimento de uma adolescente que entra em contato com um universo contrastante ao seu, o troféu Abraccine vai para…
“Eles voltam”, de Marcelo Lordello (PE)
PRÊMIO MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES
Troféu Candango – Conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro para o filme que melhor utilizar material de pesquisa cinematográfica brasileira
Filme: “Olho nu”, de Joel Pizzini
PRÊMIO CONTERRÂNEOS
Troféu oferecido pela Fundação CineMemória
Melhor Documentário do Festival
Entorno da Beleza, de Dácia Ibiapina
PRÊMIO ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo
Conferido pela ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo a profissionais do audiovisual do Distrito Federal
Homenagem a Carlos Del Pino e Gustavo Miguel
Fazer cinema no Brasil é uma aventura. Mas isso seria ainda mais difícil se não existissem pessoas como Carlos Del Pino e Gustavo Miguel. Cada um, em seu tempo, garantiu a infraestrutura necessária para que muitas histórias saíssem do papel.
PRÊMIO TROFÉU SARUÊ
Conferido pela equipe de cultura do jornal Correio Braziliense.
Enquanto diversos programas de entretenimento se debruçam sobre o cotidiano braçal de empregadas domésticas, num plano rendido ao glamour e ao consumo fácil, uma visão diferenciada – plural e construída na união – se estabeleceu neste festival. Montando uma carga emocional única – aflorada em meio ao desgastante e pouco valorizado cotidiano de trabalho -, tanto a ilimitada entrega de intimidade, quanto o criativo processo fílmico saltam aos olhos em Doméstica. A equipe do Correio Braziliense atribui, portanto, o prêmio aos personagens – domésticas e realizadores – que compuseram o documentário de Gabriel Mascaro.
PRÊMIO VAGALUME
Troféu conferido por integrantes do projeto Cinema para Cegos
Melhor longa-metragem
Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes
Melhor curta-metragem
A mão que afaga, de Gabriela Amaral Almeida