Escolha profissional na adolescência em debate no Católica In 2014
|Adolescentes dos século XXI: fazendo escolhas num tempo de excessos. Este foi o tema da palestra proferida pela professora do curso de Psicologia da Unicap Cida Craveiro na tarde desta quarta-feira (23). A iniciativa fez parte da programação do Católica In 2014 e reuniu no anfiteatro do bloco G4 coordenadores pedagógicos, orientadores e diretores de escolas do ensino médio. O grupo foi recepcionado pela pró-reitora Acadêmica, Aline Grego, e pela assessora de Comunicação da Unicap, Paula Losada, que apresentou as informações do Católica In a ser realizado entre os próximos dias 5 e 9 de maio.
A professora Cida explicou conceitos da formação da subjetividade e modelização a partir do contexto atual do que ela classificou de hipermodernidade e de hiperindividualismo. “A idealização do dinheiro, do lucro, do sucesso econômico interfere na escolha profissional”.
Ela também destacou que o fato de as escolhas poderem ser feitas livremente diante de tantas opções não representam, necessariamente, satisfação plena. “Muitas dessas escolhas são baseadas na sensação de prazer e intolerância às dificuldades. Daí muita gente muda de curso no meio da graduação. Liberdade sem referência pode trazer angústias”, analisou Cida.
Ainda segundo Cida, a escolha profissional ocorre numa fase da vida conturbada. A adolescência representa uma espécie de moratória social marcada pela preparação para a vida adulta: o amor, o sexo, o trabalho. “Trata-se de uma situação de inacabamento em que não se é nem completamente criança, nem completamente adulto. Isso sem contar que há um luto pela ‘perda’ da infância”.
De acordo com a professora, essa fase transitória traz angústias e insatisfações. Um dado apresentado por ela ilustra esse raciocínio. “Os suicídios são a segunda causa de morte na adolescência, só perdem para os acidentes automobilísticos”.
Escolha profissional – Cida Craveiro estabeleceu três fases que podem nortear a escolha de qual profissão seguir. A pesquisa interior consiste no autoconhecimento, ou seja, elencar as aptidões, as preferências. A pesquisa sobre as expectativas da família e do grupo social ajudaria em discernir entre as necessidades individuais e as das pessoas que rodeiam os adolescentes. “Muitos seguem as carreiras dos pais e dos avós só para corresponderem ao esperado e muitas vezes nem se dão conta disso”. Por último, a pesquisa exterior com informações técnicas e práticas sobre as profissões e o mercado de trabalho.
“O que nos cabe enquanto educadores?. Podemos ajudar o adolescente a enxergar com mais realismo os limites impostos pela realidade social e pela sua própria realidade interna”, disse Cida Craveiro.