CCJ promove simpósio sobre Doença Mental, Crimes e Medidas de Segurança
Com o auditório G2 lotado, foi realizado, na manhã da quarta-feira (29), simpósio sobre Doença Mental, Crime e Medidas de Segurança. – Avanços e Retrocessos na realidade Pernambucana, promovido pelo Centro de Ciências Jurídicas, sob a coordenação da professora Valéria Cavalcanti Lins.
O evento, que contou com a presença da coordenadora do curso de Direito, Cynthia Suassuna, teve como palestrantes o Dr. José Waldo Saraiva, psiquiatra e professor do curso de Medicina da Unicap; a promotora de Justiça Criminal, Irene Cardoso; a psicóloga e gerente de Saúda da Secretaria de Ressocialização (Seres), Lorenza Pinto; e o promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais de Pernambuco, Marcellus Ugiette.
A professora Valéria Lins ressaltou que o simpósio trouxe à tona um tema que ainda vive na obscuridade e que ainda carece de algumas reformulações. Após à apresentação de cada um dos palestrantes pela coordenadora do evento, o Dr. José Waldo explanou sobre transtornos mentais e risco social. Ele afirmou que o objetivo de sua apresentação foi desmitificar a ideia de que o doente mental é um sujeito intrinsecamente violento e apontou os principais transtornos relacionados eventualmente a comportamento que envolva crimes.Outro tema debatido foi sobre medida de segurança e as condições atuais do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP-PE). “O mais difícil hoje é a saída do HCTP, porque quanto mais ele fica distante da família, mais segregado ele fica, mais ele é abandonado. A nossa palestra de hoje é para situar o HCTP dentro do sistema prisional”, afirmou a promotora de Justiça, Drª Irene Cardoso.
A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) foi representada pela psicóloga e gerente de Saúde, a Drª Lorenza Pinto, que abordou a nova questão que traz a reforma psiquiatra, afirmando que hoje o governo do estado está com a preocupação de desinstitucionalização, que é desinternar, cuidar deles e não só prender. “A nova visão hoje é trabalhar com a saúde dentro do HCTP”, acrescentou a Drª Lorenza Pinto.
Para finalizar o evento, Dr. Marcellus Ugiette afirmou que deve haver uma urgência nessa discussão e aprovação dessa nova lei de execução penal, para que se possa inaugurar um novo momento na questão prisional e penitenciária no Brasil. “Trazer pra academia esse tema é absolutamente compatível e importante até para incentivar o debate e a reflexão”, acrescentou.
