Católica sediou o melhor Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia de todos os tempos, dizem organizadores
O VIII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia (VIII SBEE), sediado pela Universidade Católica de Pernambuco e que teve como tema “Discutindo Ciência Para Atender às Demandas Sociais”, chegou ao seu último dia sexta-feira (12). O evento que ocorre a cada dois anos, este ano, contou com a particularidade de agregar dois outros importantes eventos: o II Congresso Latinoamericano de Etnobiologia (II CLE) e o III Encontro Pernambucano de Etnobiologia e Etnoecologia (III EPEE). E por esta razão ultrapassou a marca de 800 pessoas inscritas, se tornando o maior evento da área no Brasil e na América-Latina. O número de participantes é o maior de todas as edições desde a primeira, em 1996, no município de Feira de Santana, na Bahia.
As atividades dos eventos trouxeram ao Recife pessoas de mais de dez nacionalidades diferentes, entre elas: bolivianos, peruanos, venezuelanos, colombianos, austríacos e ingleses. Todo o evento foi coordenado pelo Prof. Dr. em Biolgia Vegetal da Universidade Federal Rural de Pernambuco e presidente da comissão organizadora do evento, Ulysses Paulino de Albuquerque, e pelo professor da Católica Mestre em Biologia Vegetal e vice-presidente da comissão, Luís Vital Fernandes Cruz da Cunha. Segundo Ulysses Albuquerque, este ano, os europeus participaram diretamente do evento. “Desde a primeira edição que nossos amigos europeus participam do simpósio, mas este ano, em especial, vieram como congressistas”, disse.
O evento que ocorre pela segunda vez no estado de Pernambuco, a primeira na Católica, traz um dado de muita importância para o Brasil.”Nosso país se tornou referência no estudo da etnobiologia, tanto, que lá na Rural tenho alunos bolivianos, colombianos e argentinos, que vêm exclusivamente para aprender conosco os estudos desta ciência”, disse Albuquerque. Além disso, o professor acredita que um evento deste porte é importante para os alunos e para a própria Universidade. “Trazer um evento desta magnitude para a Católica é o início da implantação dos estudos da Etnobiologia na instituição”, enfatizou.
Já o professor da Unicap, Luís Vital, vibra com o fato de ser em um ambiente acadêmico a discussão do tema. “O simpósio ter vindo para a nossa instituição foi essencial. É aqui que podemos discutir ciência e os alunos daqui e os de fora vivenciarem o ambiente acadêmico ao mesmo tempo em que participaram do encontro”, disse. Antes de concluir, ele revelou o que um dos alunos participantes lhe contou: “Estava conversando com um dos participantes e ele me disse que ficou encantado com toda a infra-estrutura do evento deste ano. Disse ainda que é importante acontecer o encontro em uma universidade que consiga agregar tantas atividades culturais ao mesmo tempo, como a Católica”, finalizou.
Os melhores trabalhos apresentados no VIII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia receberam, no final do dia, cinco premiações: O prêmio Darrel Posey para os melhores trabalhos de graduação, mestrado e doutorado; prêmio BBB da Global Science Books para os três melhores trabalhos da área de conservação da biodiversidade; prêmio NUPEEA para a melhor redação com tema: “Como a ciência pode ajudar os problemas sociais?”; prêmio de fotografias e o prêmio SEE – Journal of ethnobiology and ethnomedicine para o melhor trabalho apresentado no evento.
Segundo o presidente da comissão organizadora, Ulysses Albuquerque, a avaliação do evento é a melhor possível. “Maravilhoso! Foi o maior e melhor evento desde 96. Tivemos trabalhos muito interessantes apresentados, além de 10 livros-textos sobre etnobiologia que foram lançados aqui no evento. A qualidade, também, da infra-estrutura da Católica foi fundamental para o êxito da realização”, disse.
O próximo Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia já tem ano e lugar definidos. Será em Florianópolis, em 2012.
