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Católica exibe documentário ‘Pedro Jorge: uma vida pela Justiça’

O documentário Pedro Jorge: uma vida pela Justiça foi exibido na noite desta quarta-feira (27) no auditório G1. Logo depois da sessão, houve um debate com a participação da subprocuradora Dalva Almeida; da jornalista Letícia Lins; do advogado Gilberto Marques; e do Irmão Irineu Marinho que foram entrevistados no filme.

A mediação foi da professora do curso de Direito da Unicap e Procuradora-chefe em exercício da Procuradoria Regional da República – 5ª Região, Isabel Câmara. Em nome das duas instituições, Isabel abriu o evento agradecendo e enaltecendo o legado do procurador executado quando denunciou o Escândalo da Mandioca. “A morte de Pedro Jorge deve servir de estímulo para que as pessoas não desistam de lutar”.

A jornalista Letícia Lins, que cobriu o Escândalo da Mandioca pelo Jornal do Brasil, falou sobre as pressões e intimidações sofridas pela imprensa ao denunciar o esquema de desvio de dinheiro público do Banco do Brasil por parte de falsos produtores rurais  e fazendeiros de Floresta, no Sertão de Pernambuco, no início da década de 1980. “Foi uma cobertura muito difícil. Trabalhar convivendo com a ditadura é uma coisa, no Estado Democrático de Direito é outra. Hoje nós temos um controle social maior”.

Gilberto Marques foi o advogado da família de Pedro Jorge. Ele relembrou a comoção popular causada pelo assassinato. “Através dos jornais,a gente mobilizou cerca de 30 mil pessoas para as manifestações. As pessoas choravam naquela época com a violência”. Para Gilberto, o grande acerto de Pedro Jorge foi organizar a denúncia em duas partes. “Na primeira, ele colocou os peixes miúdos do Banco do Brasil. Na segunda, ele colocou os peixes graúdos. Entre uma fase e outra, Pedro Jorge começou a ser perseguido por seus algozes”.

Dalva Almeida, autora do livro O Escândalo da Mandioca, substituiu Pedro Jorge nas investigações. Ela destacou o papel do colega na redemocratização do País. “Pedro Jorge mostrou que o dinheiro público é nosso e temos que cuidar dele. O Ministério Público Federal mudou depois de Pedro Jorge, um dos poucos heróis nacionais”.

Ex-professor de teologia e filosofia de Pedro Jorge, irmão Irineu Marinho enalteceu a inteligência e habilidade dele nos estudos. Marinho contou que Pedro Jorge sempre acabava os deveres com rapidez e ficava inquieto no tempo restante. “Certa vez, para mantê-lo ocupado eu dei Os Lusíadas para ele ler. Em poucas horas ele memorizou vinte versos. Algo que levei uma semana!”.

O esmero com que Pedro Jorge realizava suas tarefas e o espírito público também foram relembrados. “Ele cumpriu o dever de vocação de defesa dos interesses da nação e do povo. Sigam o exemplo de um homem que trabalhou para o bem público e para o engrandecimento da nação!”

O documentário, fruto de uma parceria entre a Unicap e o MPF, vem tendo uma repercussão bastante positiva desde o seu lançamento oficial, em 27 de março, no Cine São Luiz. Ontem (26) não foi diferente. A plateia formada em sua maioria por estudantes de História, Jornalismo e Direito participou ativamente do debate formulando perguntas.

“Achei altamente esclarecedor. É uma história que deve ser regada sempre porque fez parte de um momento muito sério de corrupção. Eu tinha nove anos quando tudo isso aconteceu e hoje pude me embasar melhor. O documentário me emocionou bastante”.

Geraldinho Lins – músico e aluno de Jornalismo da Católica.

 

“O documentário é muito dinâmico e ao mesmo tempo muito esclarecedor. Ele consegue em pouco tempo passar a sensação de contar toda a história  de uma maneira muito eficaz e bacana. A plateia participou muito. É preciso que essa história de Pedro Jorge venha à tona e não morra no passado. É preciso que as pessoas acompanhem o que aconteceu. É preciso que as pessoas debatam isso nesse momento em que se passa o Brasil a limpo”.

Cícero Belmar – jornalista, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras.

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