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Aula inaugural de Ciência da Computação discute como a tecnologia vai mudar o mercado de trabalho no mundo

A revolução digital popularizada quando os celulares passaram a oferecer acesso à Internet é apenas o início de uma era que promete outras grandes mudanças num futuro a curto e a médio prazos. Os carros autônomos, as impressoras  3D capazes de fabricar casas e outros dispositivos conectados são exemplos práticos de que o aperfeiçoamento da inteligência artificial já não é coisa de filme de ficção científica. Os softwares vão desenvolver cada vez mais atividades que até então são executadas exclusivamente por seres humanos.

Essas previsões foram o tom da aula inaugural do curso de Ciência da Computação realizada na noite desta terça-feira (21). O evento discutiu as tendências na área e suas consequências para outros campos. Esses aspectos foram debatidos pelos professores Fernando Wanderley, Antonio Luiz Cavalcanti, Sérgio Murilo Maciel e mediado pelo coordenador do curso, Márcio Bueno.

De acordo com eles, nos próximos 25 anos a inteligência artificial dos softwares vai trazer grandes impactos em profissões com tradição essencialmente ‘humanas’. “Um artigo do Massachusetts Intitute of Technology (MIT) anunciou a criação de um software de soluções jurídicas automáticas capaz de elaborar petições de baixa complexidade sem a presença de advogados”, disse Fernando. “A plataforma Watson da IBM vai desempregar 90% dos advogados americanos. Só 10% de especialistas vão resistir”, completou Sérgio. Ainda segundo Fernando, até o ano de 2055, cerca de 50% das profissões serão automatizadas. Os dados apresentados por ele são do Instituto Gartner.

O professor Antônio Luiz destacou o poder dos aplicativos e das grandes empresas de tecnologia na nova ordem econômica mundial. “Por que o Google e o Facebook oferecem serviços ‘gratuitos’? Porque eles coletam determinados tipos de dados. É aí que eles ganha dinheiro, com o cruzamento e disponibilização dessas informações dos usuários para outros grupos”.

Num outro momento do bate-papo, Sérgio Murilo destacou a ampliação da Internet das Coisas, ou seja, mais equipamentos serão conectados à Internet. “O acesso será mais importante que a propriedade. Exemplo, o Uber tem a maior frota do mundo sem ter nenhum carro. O Air BNB é a maior rede hoteleira sem term um único imóvel”. Ele também apontou a integração do cérebro humano com a máquina através da neurociência e o gaming como áreas promissoras da computação. “Os jogos estarão mais integrados à sociedade”.

A revolução digital também vai chegar ao ensino. O professor Antonio Luiz classificou a atual metodologia como sendo de dois séculos atrás. Para ele, a educação tem que ser mais cooperativa e interativa. “A educação precisa dar o mesmo tesão de um jogo digital. Essa transformação passa pelos professores e, principalmente, por vocês. Vocês alunos precisam estudar antes e trazer as dúvidas para sala de aula”. Pensamento compartilhado pelo professor Fernando. “Vocês não vão estar adaptados a esta nova era se não pensarem criativamente”.

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