Alunos de Ciência da Computação da Universidade Católica de Pernambuco desenvolvem aplicativos úteis para a sociedade

Alunos do curso de Ciência da Computação da Universidade Católica de Pernambuco estão realizando pesquisas e desenvolvendo diversos aplicativos relacionados aos problemas encontrados na cidade do Recife. Eles buscam soluções criativas e inovadoras para esses desafios do dia a dia, como, por exemplo, mobilidade e violência urbana. Essas pesquisas vêm tomando forma graças aos debates sobre as Cidades Inteligentes. Este conceito de cidade vem ganhando espaço no mundo há alguns anos e aqui no Brasil estão sendo motivados pelos grandes eventos que o país sediará (vinda do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíada).

Visando inserir os alunos da Universidade neste universo de centros mais humanos e sustentáveis, o professor de Ciência da Computação Eduardo Oliveira ressalta que no início as pesquisas a respeito do tema foram inseridas em algumas disciplinas do curso. Com o passar do tempo, as descobertas começaram a gerar resultados proveitosos e se tornaram maiores ao ponto de evoluírem a cada período. “A demanda surgiu muito pelas ideias e necessidades dos próprios alunos. Conseguimos na disciplina fazer aplicativos que são sociais, acreditando no empoderamento do cidadão. O próprio cidadão gera a informação e também a consome. Esse é o diferencial dos aplicativos que temos feito”, ressalta.

Hoje, 90% dos aplicativos desenvolvidas dentro da Católica têm integração com as tecnologias do Google. Os projetos são disponibilizados na rede para a sociedade. Alguns deles são:

• Sistema para mapeamento automático dos buracos da cidade (hardware feito para ser integrado ao carro): Neste sistema, os alunos do 5° período Diógenes Pereira, Carlos Lira e Amanda Ferraz fizeram um protótipo de como se fazer mapeamento dos buracos da cidade do Recife, fazendo com que os cidadãos possam exigir a resolução dos problemas pelas autoridades responsáveis. Usando placas de hardwares, eles desenvolveram um sistema para ser usado no carro, que mapeia via GPS todos os buracos com base na batida que foi configurada pela aplicação e aponta isto em um mapa. “Pegamos uma coisa que não sabíamos como trabalhar, totalmente nova, que foge um pouco do que desenvolvemos no curso. Apesar de ser um curso de computação, é mais voltado para o nível lógico, para softwares, mexer com circuito, eletrônica, sensores. Com a iniciativa dos hardwares, começamos a fazer um trabalho que tem realmente um apelo social”, afirmou Diógenes Pereira. 

• Sistema para mobilidade urbana – rota de ônibus: O aluno do 1° período Luís Melo desenvolveu um aplicativo através no qual os usuários podem consultar as rotas dos ônibus que circulam por Recife. As consultas são feitas através do nome do ônibus, rua ou metrô. Luís apelidou o app de “Busão Recife”, e já possui mais de 3 mil downloads na loja do Google. “No começo eu tinha feito só para mim, mas os meus colegas do interior estavam sentindo a mesma dificuldade que eu de pegar ônibus. Então, resolvi melhorar e lançar o software para celulares do tipo Android e iPhone”. A atualização do recurso é feita manualmente por Luís no banco de dados todas as vezes que são lançadas novas linhas de ônibus ou há mudanças nas já existentes. O aplicativo está disponível na Apple Store e na Google Play gratuitamente.

• Mapeamento de áreas de risco da cidade: Thiago Pachêco, aluno do 5° período, criou um software que mapeia os assaltos na cidade. O usuário entra no site, informa onde foi assaltado, o que aconteceu e a data. Depois disto, o site cria um ponto no mapa indicando a área em que aquela pessoa foi assaltada. Quando ocorrem vários assaltos no mesmo local, é criado um círculo vermelho, indicando que ali é uma área de risco e quantos assaltos já ocorreram naquela localidade. O aplicativo ainda indica a delegacia ou viatura mais próxima da localização do usuário e a rota que ele deve usar para chegar até lá. “Pretendo evoluir mais, precisamos deste serviço principalmente aqui no Recife. Na Copa, será bem útil para os turistas, pois eles poderão se informar sobre as áreas que são de maior risco”, completa Thiago.

• Automação Residencial utilizando Kinect: A ideia foi de Idelgarde Sá, 6° período de Computação. O Kinect é um sensor de movimento que foi lançado no penúltimo videogame Xbox , onde os usuários se tornam o controle. Utilizando esta ferramenta que capta os movimentos, o aluno fez um sistema capaz de acender uma lâmpada utilizando a movimentação. A mão direita acende e a esquerda apaga a lâmpada. “Eu me inspirei em vários outros programas e vídeos da internet, quis ver se chegava a algo parecido. Consegui e foi uma grande realização. Pretendo evoluir o aplicativo”, afirma. Dentre outras utilidades práticas, o projeto pode ser utilizado por pessoas que possuem limitação à acessibilidade.

• Nexttome: Indica bancos próximos ao usuário e é uma criação dos alunos Caio Dounis e Fernando Rocha. Disponível no site: http://ne.xtto.me/

Estes são apenas alguns exemplos de diversos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelos alunos do curso de Ciência da Computação, com o apoio do professor Eduardo Oliveira. “São diversas as maneiras de como os aplicativos podem chegar no mercado. A nossa aposta é através das lojas virtuais, as stores. Também podem chegar via uma página na web, um serviço web. Então qualquer um vai lá, se loga no browser e tem acesso aquele conteúdo que pode ser acessado via celular. A ideia é que a coisa se popularize”, conclui o professor.