Alunos de Arquitetura da Católica participam de exposição “Cerdà e a Barcelona do futuro”
|Com informações da assessoria de comunicação do evento
Uma das mais ricas contribuições para o urbanismo mundial, a obra de Ildefons Cerdà, engenheiro, urbanista e político catalão criador do Plano de Extensão e Reforma da Cidade de Barcelona, em 1859, será exposta no Museu da Cidade do Recife. Intitulada “Cerdà e a Barcelona do Futuro – Realidade versus Projeto”, a mostra será aberta no dia 5 de novembro, às 19h, com uma sessão de discussão sobre a cidade e o território metropolitano, com a participação do curador internacional e arquiteto espanhol, Miguel Corominas. Alunos de Arquitetura e Urbanismo da Católica e da UFPE participarão como monitores.
A curadoria local está sendo feita pela arquiteta Amélia Reynaldo, conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do CAU/PE, professora da Unicap e pesquisadora do Centro Josué de Castro. A exposição vai ocupar uma área de 300 metros quadrados com 80 painéis, vídeos, livros, peças e fotos alusivas ao Plano de Cerdà, além de oferecer ao visitante uma intensa agenda de eventos acadêmicos paralelos. Durante a mostra serão comercializados souvenires da obra do urbanista, como camisas, folders, cartazes e botons, com resultado da venda revertido para o museu.
A vinda da mostra ao Brasil, possibilitada pelo patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), com realização Centro Josué de Castro (CJC), conta com o apoio do Instituto Cervantes, do IAB-PE, da Gusmão Planejamento e Obras e do Museu da Cidade do Recife, graças à cessão do direito de exposição concedido pelo Departamento de Urbanismo da Universidade Politécnica da Catalunha e pelo Laboratório de Urbanismo de Barcelona.
HOMENAGEM – Montada originalmente em 2009, para marcar o Ano de Cerdà em Barcelona, a mostra vem ao Recife no seu modelo compactada e itinerante. “Nesta amostragem fica evidente que obra de Cerdà continua servindo de modelo para o mundo contemporâneo, porque a cidade segue inspirando-se nas suas ideias postas em práticas durante todo o século XX, ainda que desenhadas no XIX, e apontam o futuro da sociedade atual com uma perspectiva metropolitana”, analisa Amélia Reynaldo.
Segundo a arquiteta, no momento em que o Recife começa a se pautar pela necessidade de planejar seu futuro com bases urbanísticas legítimas, sólidas e de longo prazo, a atenta observação do projeto de Cerdà oferece a rara oportunidade de reflexão sobre a urbanidade das cidades. “A teoria de Cerdà sobre o urbanismo, expressa no Projeto de Reforma e Expansão Urbana de Barcelona, constitui elemento de análise e de debate valioso para todas as pessoas, dirigentes públicos e profissionais interessados no desenvolvimento e no ordenamento das cidades no século XXI”, afirma.
TEMÁTICA – A mostra contempla sete temas que ajudam a aprofundar o conhecimento do projeto de Cerdà, sem o qual não se pode entender a Barcelona de hoje, e permitem evidenciar novos elementos significativos e vigentes com vista a construir a Barcelona metropolitana. Seguem os temas:
Teoria: O tema Cerdà e a Barcelona do futuro – Realidade versus projeto, que dá nome à exposição, versa sobre a Teoria da Construção das Cidades (1859) que embasa o Projeto de Reforma e Expansão de Barcelona. Elaborada no mesmo ano, a proposta é considerada uns dos mais importantes planos e projetos para a capital da Catalunha na primeira metade do século XX, bem como os planos e projetos para o Ensanche (1891 e 2009), termo cunhado pelos urbanistas espanhóis para designar nova área de expansão.
O Mosaico: O traçado proposto por Cerdà e a transformação do solo rural de Barcelona em solo urbano são aqui contemplados.
O traçado: O tema explora o desenho das ruas, a hierarquia das vias e os modos de transporte, as infraestruturas e a ocupação do subsolo.
A casa: Nesta abordagem é revelada a forma das construções sobre a trama desenhada por Cerdà. E como esta oferece o suporte para a diversidade tipológica que se vislumbra na Barcelona atual. Ressalta, ainda, como as distintas legislações urbanísticas atuaram como instrumento de regulação das construções residenciais e não residenciais no Ensanche.
Novos Ensanches: A recuperação de elementos significativos do projeto, alterados ao longo do tempo, e o esquema das novas transformações em curso são objeto desse tema.
Barcelona: A complexa funcionalidade do Ensanche aborda sobre a natureza e a frequência das diversas atividades distribuídas no âmbito do projeto de Cerdà para Barcelona. As várias cidades desenhadas com base numa trama geométrica extensiva são destacadas no tema Barcelona na galeria de cidades em trama.
Futuro: O Ensanche Cerdà e o futuro da Barcelona metropolitana versam sobre a capacidade que um projeto prévio de futuro detém para sustentar as demandas impostas pela região metropolitana, na atualidade. Ou, ainda, como o projeto urbano é capaz de impulsionar o desenvolvimento do território.
O PLANO – Referência urbanística entre as cidades europeias, Barcelona teve sua expansão para além dos muros medievais toda pautada neste projeto de Cerdà, que introduz o conceito da quadra como unidade primária da urbanização. A proposta é referência em todos os estudos de urbanismo e de urbanizações, desfrutando de um enorme reconhecimento, notadamente a partir da segunda metade do século XX. “Essa importância assume maiores proporções a partir da década de 1980, quando as transformações projetadas para aquela cidade, em função das Olimpíadas de 1992, têm no plano de Cerdà o suporte para o desenvolvimento da cidade contemporânea de Barcelona e de sua região metropolitana”, destaca Amélia.
A iniciativa de Cerdà para elaboração de uma proposta para a expansão urbana de Barcelona data de 1855. Mesmo sem intervir nesta solicitação, a Prefeitura de Barcelona considera este projeto que chega a ser aprovado. Face às críticas que o mesmo recebera, a Prefeitura recuou e convocou um concurso público de projetos urbanísticos, em 1859, mesmo ano em que Cerdà elabora a “Teoria da construção das cidades”. O projeto do arquiteto Rovira i Trias terminou por vencer o concurso, mas, em 1860, o governo central de Madrid, através de um decreto real, adotou o projeto de Cerdà como aquele que seria executado.
CERDÀ – Ildefons Cerdà i Sunyer (Vic, 1815-Santander, 1876) traslada-se a Barcelona onde inicia sua formação em arquitetura, matemática, náutica e desenho e, em seguida, a Madri onde ingressa na Escola de Engenheiros de Caminhos, onde se gradua em 1841. O período marca o começo de sua atividade profissional, atuando no exercício das atividades de engenharia de caminhos em distintas cidades da Espanha. Nesta etapa, Cerdá participa na elaboração de diversas infraestruturas e projetos de rodovias, obras de saneamento e de comunicação, além de ter a oportunidade de conhecer perfeitamente o território barcelonês.
Porém foi numa viagem de trem a Nimes que Cerdá desbrava a realidade de uma nova era marcada pelo transporte e as comunicações, tendo a cidade como cenário central de distintas atividades. Em 1849 Cerdà passa a se dedicar, exclusivamente, aos seus estudos de urbanização. Na década de 1850 Cerdà fixa as bases do futuro Eixample de Barcelona, ao perceber que a cidade não podia crescer visto que estava cercada por muralhas. Em 1856 elabora a Monografia da Classe Trabalhadora, na qual analisa as necessidades sociais, econômicas e de alimentação da Barcelona intramuros. Estudo importante, que seria incluído, como apêndice, na sua principal obra escrita, Teoria geral da urbanização.
MONITORIA – No mês em que a mostra estará aberta, o CAU/PE vai promover atividades culturais e acadêmicas no Museu da Cidade do Recife, sempre às quintas-feiras. A ênfase no lado acadêmico, inclusive, é uma das características da mostra, que contará com 38 estudantes de arquitetura e urbanismo atuando como monitores voluntários do evento. Os alunos, que são da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Católica de Pernambuco, já participaram de treinamento para atuarem de forma a auxiliar o máximo possível os espectadores presentes.
A mostra original, montada em Barcelona, teve como curadores os arquitetos, urbanistas e professores Joan Busquets e Miguel Corominas. O Departamento de Urbanismo da Universidade Politécnica da Catalunha e o Laboratório de Urbanismo de Barcelona atuam como colaboradores científicos por meio dos professores Miguel Corominas, Antonio Font, Josep Parcerisa, Marta Ventós, Manuela de Solá-Morales, José Luiz Gómez Ordóñez, Joaquín Sabaté, Jordi Franquesa, Angel Martín, Frances Peremiquel, Isabel Castiñeira, Julián Galindo e Eulàlia Gómez Escada. Além de Joan Busquets, a Universidade de Harvard participa da colaboração científica com os professores Felipe Correa, Shelagh McCartney e Ian Klein.
Serviço
Museu da Cidade do Recife I Forte das Cinco Pontas – Bairro de São José
De 5 de novembro de 2013 a 4 de janeiro de 2014 (terça-feira a sábado, das 9h às 17h)
(81) 3355.9543 / 3107 / 9544
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O que houve com as bienais de Arquitetura, sinto falta? Sou decoradora e ambientadora de residências, Cursado no SENAC em 2005. No curso vocacional da UFPE, fui aprovada, fui reconhecida que sou apta para estudar arquitetura, esse teste se deu em 1996. Tenho muita vontade de cursar, mas minha deficiência é em matemática.