Aluno da Católica entre os 10 finalistas do Festival da Canção Francesa
|Por Rebeca Kramer
De ouvidos musicais apurados e, ainda, apaixonados pela cultura francesa, os 10 finalistas da etapa regional do Festival da Canção Francesa, promovido pela Aliança Francesa do Recife, estão na expectativa de saber quem será o vencedor que ganhará uma passagem para o Rio de Janeiro, onde vai participar da final nacional, além de uma bolsa de estudo na Aliança Francesa. O segundo e terceiro colocados receberão, respectivamente, uma passagem para o Rio e um jantar no Restaurante Maison do Bonfim, em Olinda, com direito a acompanhante.
Um desses finalistas é o estudante do 5º período de Jornalismo da Unicap Milton Raulino,22, com a canção “Vivre à en Crever”, que significa em português, numa tradução livre “Viver ao máximo” ou “Viver até o Fim”. A música é interpretada pela banda de Rock L’ópera Rock. As canções do grupo, inicialmente, foram produzidas para um musical sobre a vida do músico Wolfgang Mozart, mesclando elementos da música clássica com o Rock pós-moderno. O álbum foi lançado na França em 2009 e obteve sucesso no mercado fonográfico. Segundo Milton Raulino, a escolha dessa música foi meio acidental. Ele admira muito as canções francesas antigas e estava com dificuldades de encontrar uma canção contemporânea. “Então lembrei que poucas semanas antes da inscrição no concurso, um amigo me havia mostrado a banda. Com a letra muito bonita e uma melodia verdadeira, escolhi essa música que acabou se enquadrando em meu propósito”, disse.
Raulino sempre foi fascinado pela França e pelo idioma francês e sonha, um dia, conhecer a França. “Gosto muito de cantores francófonos como Henri Salvador, Edith Piaf, françoise Hardy e Serge Gainsbourg, mas não deixo de admirar os contemporâneos como Emile Simon e Carla Bruni”, afirmou.
Atualmente, Milton,que já estudou idioma francês, também estuda música no Conservatório Pernambucano de Música (CPM). “O Festival da Canção foi a oportunidade eu unir duas coisas de que gosto. O francês e a música”, contou.
No Recife, cidade que centralizou as inscrições de João Pessoa (PB), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Luis (MA) e Belém (PA), a final regional será realizada no Teatro Barreto Junior, Pina, nesta terça-feira, dia 22, a partir das 19h, com o apoio da Prefeitura da Cidade do Recife, Luck Viagens e Maison Bonfim. Dez finalistas participam desta etapa, sendo nove de Pernambuco e uma do Pará. São eles: Eduardo Maranhão, Hamilton Mendes, Jeanne Darwich, Leo Zadi, Marcelo Donato, Marleide dos Anjos, Michelle Silva, Milton Raulino, Susie Nobre e Tales Maniçoba. Vale destacar que esta é a primeira vez, em três anos de Festival, que haverá uma fase regional, com acesso gratuito do público.
A Bande Ciné, de Pernambuco, que faz releituras da música pop francesa das décadas de 60 e 70, acompanhará os classificados em suas apresentações. A Banda Ciné surgiu no Recife, em meados de 2007, e se caracteriza pelo som dançante com pitadas de jazz e bossa nova. Já tendo se apresentado nas principais casas de show da cidade, o grupo coleciona algumas apresentações importantes, como o Festival Recbeat e o Carnaval Multicultural do Recife. No dia 1º de maio, abriram o show da banda francesa Nouvelle Vague, em apresentação no Mercado Eufrásio Barbosa, no Recife. “Foi uma oportunidade incrível de apresentarmos nosso som para mais de mil pessoas. A resposta do público foi incrível, algumas músicas até surpreenderam, as pessoas cantando junto, mesmo sem saber francês”, disse Filipe Barros, vocalista e guitarrista da Banda.
A intenção é, agora, animar e acompanhar os candidatos e a platéia do Festival da Canção Francesa. Com Bruno Vitorino (baixo), Filipe Barros (guitarra e voz), Demóstenes Macaco (trompete), Tati Monteiro (voz) e Thiago Suruagy (bateria) a Banda Ciné prestigiará cantores como France Gall, Dalida, Brigitte Bardot, Serge Gainsbourg, Alice Dona e Nino Ferrer, além de tocarem as próprias composições, como “La Liberté est Rouge” e “Bouge ton Squelette”.
De acordo com Filipe, o idioma francês é algo muito forte para a proposta musical do grupo, tanto pela sonoridade das palavras, quanto pela musicalidade das suas acentuações. “Nós compomos canções em francês e também misturamos outras com o português. Enfim, nos apropriamos do idioma para construir nosso som, partindo da identificação até mesmo com os compositores citados”, contou. E completou: “Outra coisa muito legal é que o francês está espalhado pelo mundo todo, então há vários sotaques para o mesmo idioma, como no francês de países africanos”.